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Este planeta mergulhou em sua estrela e sobreviveu. Ou talvez não.

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/06/2023

Este planeta mergulhou em sua estrela e sobreviveu. Ou talvez não.
Existem outras hipóteses para tentar explicar o que pode ter acontecido com o planeta sobrevivente.
[Imagem: Marc Hon et al. - 10.1038/s41586-023-06029-0]

Como mergulhar em uma estrela e sobreviver

Quando nosso Sol chegar ao fim de sua vida, prestes a se transformar em uma gigante vermelha, ele se expandirá, alcançando 100 vezes seu tamanho atual.

Isso será suficiente para que nossa estrela engula Mercúrio, Vênus e, eventualmente, até a Terra.

A temperatura de uma estrela permite vaporizar qualquer material conhecido, então os cientistas sempre consideraram que ser engolido por estrela representaria a destruição total de um planeta.

Mas talvez isso não seja verdade - ao menos não em todos os casos.

Astrônomos da Universidade de Havaí descobriram um planeta que parece ter sobrevivido a esse evento, continuando firme e forte após o que deveria ter sido uma morte certa no abraço de sua estrela.

O planeta, um gigante semelhante a Júpiter, que responde pelo nome de código de 8 UMi b, ou pelo nome oficial de Halla, orbita a estrela gigante vermelha Baekdu (8 UMi) a apenas metade da distância que separa a Terra e o Sol.

Quando obtiveram observações das oscilações de Baekdu, feitas pelo observatório TESS, da NASA, os astrônomos descobriram que a estrela está queimando hélio em seu núcleo, sinalizando que ela já se expandiu enormemente em uma estrela gigante vermelha.

Pelos cálculos da equipe, a estrela teria inflado até 1,5 vez a distância orbital do planeta, ou seja, ela envolveu todo o planeta no processo. Em seguida, ela voltou a encolher para seu tamanho atual, a apenas um décimo dessa distância. Esse é o mesmo processo que se prevê acontecerá ao Sol dentro de cerca de 5 bilhões de anos.

"O engolfamento planetário tem consequências catastróficas para o planeta ou para a própria estrela - ou para ambos. O fato de Halla ter conseguido persistir nas imediações de uma estrela gigante que de outra forma o teria engolfado destaca o planeta como um sobrevivente extraordinário," disse Marc Hon, coordenador do estudo.

Este planeta mergulhou em sua estrela e sobreviveu. Ou talvez não.
A maioria das estrelas tem companheiras, e já encontramos um sistema binário de estrela se fundindo.
[Imagem: ESO/L. Calçada]

Como ser engolido por uma estrela e sobreviver

A uma distância de 0,46 ua (unidade astronômica, distância Terra-Sol) de sua estrela, o planeta Halla se assemelha a planetas semelhantes a Júpiter, só que quentes.

Os cientistas acreditam que planetas gasosos tão próximos de suas estrelas devem ter nascido em órbitas maiores, e algo os fez migrar para perto da estrela. No entanto, diante de uma estrela hospedeira em rápida evolução, essa origem se torna um caminho de sobrevivência extremamente improvável para o planeta Halla.

Outra teoria para a sobrevivência do planeta é que ele talvez não tenha de fato enfrentado o engolfamento: Semelhante ao famoso planeta Tatooine de Guerra nas Estrela, que orbita dois sóis, a equipe acredita que a estrela hospedeira Baekdu pode ter sido originalmente duas estrelas. Uma fusão dessas duas estrelas pode ter impedido que qualquer uma delas se expandisse o suficiente para engolir o planeta.

Uma terceira possibilidade é que Halla seja relativamente recém-nascido: A violenta colisão entre as duas estrelas teria produzido uma nuvem de gás a partir da qual o planeta se formou. Em outras palavras, o planeta Halla pode ser um planeta de segunda geração recém-nascido.

"A maioria das estrelas está em sistemas binários, mas ainda não entendemos completamente como os planetas podem se formar ao seu redor. Portanto, é plausível que mais planetas possam realmente existir em torno de estrelas altamente evoluídas graças a interações binárias," explicou Hon.

Bibliografia:

Artigo: A close-in giant planet escapes engulfment by its star
Autores: Marc Hon, Daniel Huber, Nicholas Z. Rui, Jim Fuller, Dimitri Veras, James S. Kuszlewicz, Oleg Kochukhov, Amalie Stokholm, Jakob Lysgaard Rørsted, Mutlu Y?ld?z, Zeynep Çelik Orhan, Sibel Örtel, Chen Jiang, Daniel R. Hey, Howard Isaacson, Jingwen Zhang, Mathieu Vrard, Keivan G. Stassun, Benjamin J. Shappee, Jamie Tayar, Zachary R. Claytor, Corey Beard, Timothy R. Bedding, Casey Brinkman, Tiago L. Campante, William J. Chaplin, Ashley Chontos, Steven Giacalone, Rae Holcomb, Andrew W. Howard, Jack Lubin, Mason MacDougall, Benjamin T. Montet, Joseph M. A. Murphy, Joel Ong, Daria Pidhorodetska, Alex S. Polanski, Malena Rice, Dennis Stello, Dakotah Tyler, Judah Van Zandt, Lauren M. Weiss
Revista: Nature
Vol.: 618, pages 917-920
DOI: 10.1038/s41586-023-06029-0
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