Logotipo do Site Inovação Tecnológica





Energia

Ferramenta orienta extração eficiente de energia de fontes quânticas

Com informações do IBS - 22/05/2023

Ferramenta orienta extração eficiente de energia de fontes quânticas
Nossa capacidade tecnológica determina quanta energia podemos extrair de uma fonte quântica. Isso determina a melhor fonte de energia e as possíveis melhores fontes futuras se nossa tecnologia ultrapassar um determinado limite.
[Imagem: Institute for Basic Science]

De onde extrair energia

A ideia de que a energia é um motor fundamental do progresso social levou ao conceito de que o nível de desenvolvimento tecnológico de uma civilização pode ser medido por sua capacidade de aproveitar e usar energia.

Com base nisso, o astrofísico russo Nikolai Kardashev desenvolveu sua famosa "escala de Kardashev" como uma forma de classificar as civilizações com base em seu consumo de energia - o nível atual da nossa civilização humana é de cerca de 0,73, o que nos coloca no nível mais baixo em uma escala de 7.

Logo, coletar a energia é uma das tarefas mais críticas para o avanço da civilização. As primeiras civilizações dependiam do trabalho manual e da força animal para suas necessidades de energia. Só a Revolução Industrial, nos séculos 18 e 19, marcou uma grande mudança na forma como os humanos utilizam a energia.

Claro, parte essencial da habilidade de extrair energia está em perceber que há alguma energia para extrair: Imagine um homem das cavernas tropeçando em um pedaço de carvão; ele aprendeu rapidamente que aquilo podia ser usado para pintar desenhos dentro de uma caverna, mas o fato de que o mesmo pedaço de carvão pode ser queimado, servindo assim como fonte de energia, não é de forma alguma evidente.

Além disso, há uma diferença entre perceber que existe alguma energia para extrair e dispor dos meios necessários para sua extração. Por exemplo, estamos bem cientes de que o Sol combina átomos de hidrogênio em hélio por meio da fusão nuclear, que alimenta sua enorme produção de energia; mas é um desafio totalmente diferente reproduzir esse mesmo processo em laboratório - embora o progresso tecnológico recente esteja nos aproximando desse objetivo final de domar a fusão nuclear.

Ergotropia observacional

Agora, estamos em um novo limiar da tecnologia energética: Para que a economia sustente seu crescimento e para que alcancemos uma sociedade pós-escassez, precisamos ser capazes de garantir quantidades cada vez maiores de fontes de energia - idealmente sustentáveis.

E, com o recente progresso das tecnologias quânticas, parece que tropeçamos em um "carvão quântico", para continuar na analogia do homem das cavernas: A possibilidade de aproveitar energia de fontes quânticas está se tornando uma realidade.

Como qualquer tecnologia, as tecnologias quânticas não são imunes às limitações humanas: Ainda não sabemos sequer quais sistemas quânticos podem servir como fonte de energia e quais não, e não está claro quais podem estar prontamente disponíveis agora, dadas as nossas ferramentas disponíveis, e quais estarão disponíveis no futuro.

Mas o caminho começa a ser traçado.

Dominik Safránek e seus colegas do Instituto para Ciências Básicas, na Coreia do Sul, elaboraram um sistema que permite medir a energia extraível de uma fonte qualquer, e faz isso levando em consideração as capacidades exatas da tecnologia disponível.

Eles chamam o método de "ergotropia observacional". Ergotropia refere-se à quantidade máxima de trabalho que pode ser extraído de um sistema. Medidas anteriores de ergotropia quântica eram idealistas - assumiam que as capacidades experimentais eram ideais. Isso é como supor que nossa usina de fusão nuclear será tão eficiente quanto o Sol sem considerar todos os problemas que surgem ao tentar replicar o Sol artificialmente.

Já a ergotropia observacional fornece estimativas e atualizações mais realistas, de acordo com nossas capacidades tecnológicas, informando-nos quais fontes são as melhores fontes de energia com nossas capacidades experimentais em cada momento.

Ferramenta orienta extração eficiente de energia de fontes quânticas
Existem diversas tecnologias de bateria quântica ainda sendo discutidas.
[Imagem: Andrea Iorio]

Bateria quântica

A ferramenta matemática tem pretensões eminentemente práticas. Ela pode ser usada, por exemplo, para determinar a melhor plataforma para a realização experimental de uma bateria quântica.

Uma bateria quântica é um conceito mais amplo do que um mero depósito de energia para alimentar um aparelho: Qualquer sistema pequeno o suficiente para exibir fenômenos quânticos pode ser considerado uma bateria quântica.

Imagine, por exemplo, uma linha de átomos presos por um laser, ou qubits supercondutores, a partir dos quais a IBM, o Google e outras empresas e universidades estão construindo suas primeiras versões de um computador quântico; essas plataformas carreiam energia que poderá alimentar nossos futuros dispositivos quânticos, sejam computadores, sensores ou aparelhos de comunicação criptografada.

Neste trabalho, os pesquisadores mostraram como a ergotropia observacional discrimina qual bateria quântica pode alimentar melhor nosso futuro quântico.

"À medida que nossas capacidades tecnológicas se desenvolvem, a ergotropia observacional pode ser recalculada. No futuro, diferentes fontes podem ser consideradas o novo ideal, substituindo as fontes anteriormente consideradas ótimas. Podemos antecipar que essa medida pode ser usada continuamente ao longo do tempo e constitui a ferramenta fundamental que poderemos usar para julgar potenciais fontes de energia quântica," concluiu Safránek.

Bibliografia:

Artigo: Work extraction from unknown quantum sources
Autores: Dominik Safránek, Dario Rosa, Felix Binder
Revista: Physical Review Letters
Vol.: Accepted paper
Seguir Site Inovação Tecnológica no Google Notícias





Outras notícias sobre:
  • Fontes Alternativas de Energia
  • Baterias
  • Geração de Energia
  • Computação Quântica

Mais tópicos