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Observações da energia escura catalogam 700 milhões de corpos celestes

Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/01/2021

Observações da energia escura catalogam 700 milhões de corpos celestes
As galáxias elípticas geralmente têm uma aparência "lisa" quando comparadas com as galáxias espirais. Esta imagem mostra estruturas incomuns em torno da NGC 474, conhecidas como caudas de maré, e estruturas em forma de concha feitas de centenas de milhões de estrelas.
[Imagem: DES/CTIO/NOIRLab/NSF/DOE/AURA]

Dados astronômicos para minerar

A colaboração internacional DES (Dark Energy Survey, ou Pesquisa da Energia Escura) divulgou uma enorme coleção pública de dados astronômicos e imagens calibradas, resultados de seis anos de observações por um telescópio automatizado.

Contendo dados sobre quase 700 milhões de objetos astronômicos, este é o segundo lançamento de dados (DR2) na história de sete anos do DES - o DR1 continha 400 milhões de objetos.

Em termos básicos, os mapas permitem melhores estimativas da quantidade e da distribuição da matéria no Universo.

Mas o objetivo final é entender a taxa de expansão acelerada do Universo e o fenômeno da energia escura, que os cientistas acreditam ser responsável por essa expansão.

Pesquisadores de todo o mundo podem acessar esses dados inéditos e minerá-los para fazer novas descobertas sobre o Universo, complementares aos estudos que estão sendo realizados pela colaboração DES.

"Como os conjuntos de dados astronômicos hoje são tão vastos, o custo de manuseá-los é proibitivo para pesquisadores individuais ou para a maioria das organizações," disse Robert Nikutta, membro da colaboração. "O CSDC [Centro de Dados e Ciência Comunitária] fornece acesso aberto a grandes conjuntos de dados astronômicos, como o DES DR2, e as ferramentas necessárias para explorá-los e tirar proveito deles - então, tudo o que é necessário é alguém da comunidade com uma ideia inteligente para descobrir ciência nova e empolgante."

Observações da energia escura catalogam 700 milhões de corpos celestes
Esta é a supercâmera astronômica DECam, que faz as observações do DES. Ela está montada no telescópio Víctor Blanco, em Cerro Tololo, no Chile.
[Imagem: DOE/LBNL/DECam/R. Hahn/CTIO/NOIRLab/NSF/AURA]

Resultados científicos

Juntamente com os dados, a equipe do DES anunciou também alguns avanços já feitos com este novo conjunto de dados.

Um dos primeiros resultados está relacionado à construção de um catálogo de estrelas variáveis RR Lira, que traz informações sobre a região do espaço além da borda da nossa Via Láctea. Nesta área quase desprovida de estrelas, o movimento das estrelas RR Lira sugere a presença de um enorme "halo" de matéria escura, que pode fornecer pistas de como nossa galáxia se estruturou nos últimos 12 bilhões de anos.

Em outro resultado, a equipe do DES usou o catálogo DR2, juntamente com os dados do experimento de ondas gravitacionais LIGO, para estimar a localização de uma fusão de buracos negros e, independentemente de outras técnicas, inferir um valor para a constante de Hubble, um parâmetro cosmológico essencial para o atual modelo do Universo.

E, combinando seus dados com outras observações, a equipe do DES gerou um mapa detalhado das galáxias anãs que são satélites da Via Láctea, oferecendo uma visão de como nossa própria galáxia foi montada e como ela se compara às previsões dos cosmologistas.

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