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Meio ambiente

Por que a China está perfurando um buraco com mais de 11.000 metros de profundidade?

Com informações da New Scientist e Xinhua - 03/06/2023

Por que a China está perfurando um buraco com mais de 11.000 metros de profundidade?
Ainda há dúvidas sobre os objetivos científicos do poço.
[Imagem: Xinhua]

Buraco mais fundo do mundo

O maior produtor de petróleo da China começou a perfurar um buraco que deverá atingir uma profundidade de mais de 11.000 metros, no deserto de Taklamakan.

Não será o poço mais profundo da Terra, mas ele poderá fornecer mais do que acesso a reservas de petróleo ultraprofundas - novas informações geológicas, por exemplo.

De acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, a Corporação Nacional de Petróleo da China começou a perfurar o poço em 30 de maio, e as projeções dos engenheiros da empresa é que ele atinja uma profundidade de 11.100 metros.

O poço mais profundo do mundo, chamado Poço Superprofundo Kola, alcançou 12.262 metros abaixo da superfície, em uma região remota do noroeste da Rússia. Ele levou 20 anos para ser perfurado.

A Sinopec, uma refinaria de petróleo também envolvida no projeto, disse em comunicado à imprensa que pretende perfurar este novo poço - chamado Projeto Terra Profunda, Poço 1-Yuejin 3-3XC - em tempo recorde: 457 dias. A empresa tem crédito, uma vez que já perfurou 49 poços com mais de 8.000 metros de profundidade na mesma região.

Por que a China está perfurando um buraco com mais de 11.000 metros de profundidade?
Além de petróleo e gás, furos muito profundos serão essenciais para explorar a energia geotérmica.
[Imagem: Hector Vargas/Quaise Energy]

Terra Profunda

Em um discurso de 2021, o presidente chinês Xi Jinping nomeou a "Terra Profunda" como uma das quatro fronteiras estratégicas para a comunidade científica do país.

O buraco atingiria rochas formadas durante o período Cretáceo, entre 66 milhões a 145 milhões de anos atrás e poderá oferecer aos pesquisadores uma visão da geologia única da Bacia do Tarim, que coleta água drenada de três cadeias de montanhas. Acredita-se que essa região tenha-se formado durante o fechamento do Oceano Paleo-Asiático, há mais de 200 milhões de anos.

Isso, porém, exigirá que se colete amostras de grau científico, ou seja, muito puras. E, normalmente, os projetos de perfuração científica se esforçam muito para não encontrar petróleo e gás justamente pelo potencial de contaminação dos testemunhos de sondagem.

Quanto a ambições científicas maiores, mesmo se atingir seu objetivo, o poço estará apenas a cerca de um terço do caminho até o manto, porque a crosta continental tem dezenas de quilômetros de espessura. E coletar amostras do manto é um dos grandes sonhos da comunidade geológica mundial.

Em 2011, a companhia petrolífera Exxon Mobil alegou ter feito o maior furo de sondagem do mundo, com 12.345 metros. Só que o poço não foi perfurado verticalmente, ou para baixo, o que não conta muito quando se trata de tentar atingir o manto.

Rumo ao manto, os esforços científicos mais significativos estão sendo feitos com perfurações no fundo do oceano, onde a crosta terrestre é bem mais fina.

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