Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/04/2008
Cientistas desenvolveram um novo biochip capaz de medir as quantidades infinitesimais de insulina que uma célula viva está produzindo. Este é um passo importante rumo ao monitoramento das células produtoras de insulina no corpo humano em tempo real.
Microfisiômetro
A chave da inovação está na utilização de nanotubos de carbono de paredes múltiplas para a fabricação de eletrodos utilizados em um aparelho chamado microfisiômetro. Um microfisiômetro monitora as condições de uma célula viva medindo variações em seu metabolismo.
Para que a medição seja feita, a célula deve ser inserida no interior de um compartimento microscópico do biochip, onde ela fica mergulhada em uma solução salina. Até agora, porém, as medições exigiam que a célula ficasse em um nível de acidez muito acima daquele que permite que ela funcione normalmente.
Eletrodo de nanotubo
A concentração de insulina produzida pela célula, e que fica armazenada no compartimento do biochip pode ser determinada em função da corrente elétrica que flui pelos eletrodos.
Como os nanotubos de carbono são condutores excepcionais de eletricidade, o novo eletrodo opera eficientemente mesmo nos níveis de pH característicos dos ambientes das células vivas.
Transplante de ilhotas pancreáticas
O novo biochip será utilizado para aumentar a eficácia de um tratamento médico recente para o diabetes tipo 1, também conhecido como diabetes juvenil. O novo tratamento, baseado no transplante de células conhecidas como ilhotas pancreáticas, pode dispensar o uso de injeções de insulina por vários anos.
O tratamento consiste no transplante de células produtoras de insulina para o pâncreas do paciente diabético, substituindo as células que a doença inibiu o funcionamento ou matou. Infelizmente o procedimento exige grandes doses de imunossupressores e os cientistas pouco sabem sobre o impacto desses medicamentos sobre as ilhotas pancreáticas.
Rejeição dos transplantes
Agora o novo microfisiômetro poderá ser utilizado para determinar a saúde dessas células, que serão utilizadas nos transplantes.
E os pesquisadores querem mais: o próximo passo será tornar o microfisiômetro capaz de medir os níveis de insulina, lactato e oxigênio simultaneamente. Isso irá permitir que se estude como as ilhotas pancreáticas reagem a vários tipos de medicamentos e ajudar a identificar a melhor forma de lidar com a rejeição dos transplantes.