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Espaço

Sondas Voyager detectam novo tipo de explosão de elétrons

Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/12/2020

Sondas Voyager detectam novo tipo de explosão de elétrons
As sondas Voyager fizeram a primeira descoberta científica no espaço interestelar.
[Imagem: NASA/JPL]

Elétrons de raios cósmicos

Mais de 40 anos desde seu lançamento, as sondas espaciais Voyager continuam fazendo descobertas científicas.

Instrumentos nas duas sondas fizeram a primeira detecção de explosões de elétrons de raios cósmicos acelerados por ondas de choque originadas de grandes erupções no Sol.

A detecção ocorreu conforme as espaçonaves Voyager 1 e Voyager 2 continuam sua jornada além do Sistema Solar, já navegando pelo espaço interestelar, o que as torna assim as primeiras naves a registrarem esta física única no espaço entre as estrelas.

Essas explosões de elétrons recém-detectadas são partículas aceleradas ao longo das linhas do campo magnético no meio interestelar - os elétrons viajam quase à velocidade da luz, cerca de 670 vezes mais rápido do que as ondas de choque que os impulsionaram inicialmente. As explosões foram seguidas por oscilações de ondas de plasma causadas por elétrons de baixa energia chegando aos instrumentos das Voyagers dias depois - e, finalmente, em alguns casos, a própria onda de choque até um mês depois disso.

Ondas de choque

As ondas de choque emanaram de ejeções de massa coronal, expulsões de gás quente e energia que se movem para fora do Sol a cerca de 1,6 milhão de quilômetros por hora. Mesmo nessas velocidades, leva mais de um ano para que as ondas de choque alcancem as Voyagers, que já viajaram mais longe do Sol do que qualquer objeto de fabricação humana.

"O que nós vimos aqui especificamente é um certo mecanismo pelo qual, quando a onda de choque entra em contato com as linhas do campo magnético interestelar que passam pela espaçonave, ela reflete e acelera alguns dos elétrons dos raios cósmicos," explicou Don Gurnett, da Universidade de Iowa. "Nós identificamos através dos instrumentos de raios cósmicos que esses são elétrons que foram refletidos e acelerados por choques interestelares que se propagam a partir de eventos energéticos no Sol. Esse é um novo mecanismo."

A descoberta pode ajudar os físicos a entender melhor a dinâmica das ondas de choque e da radiação cósmica que vêm de estrelas variáveis - que podem variar em brilho brevemente devido à atividade violenta em sua superfície - e de estrelas que explodiram.

A física desses fenômenos também deverá ser levada em conta quando enviarmos astronautas em missões mais duradouras à Lua ou Marte, por exemplo, durante as quais eles serão expostos a concentrações de raios cósmicos que excedem em muito o que experimentamos na Terra.

Bibliografia:

Artigo: A Foreshock Model for Interstellar Shocks of Solar Origin: Voyager 1 and 2 Observations
Autores: D. A. Gurnett, W. S. Kurth, E. C. Stone, A. C. Cummings, B. Heikkila, N. Lal, S. M. Krimigis, R. B. Decker, N. F. Ness, L. F. Burlaga
Revista: The Astronomical Journal
Vol.: 161, Number 1
DOI: 10.3847/1538-3881/abc337
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