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Telescópio Hubble continuará operando com apenas um giroscópio

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/06/2024

Telescópio Hubble continuará operando com apenas um giroscópio
Em 2009, durante uma semana, astronautas do ônibus espacial Atlantis fizeram cinco caminhadas espaciais para completar a missão final de manutenção do observatório orbital. Esta imagem foi feita quando o Atlantis já se afastava do Hubble.
[Imagem: NASA]

Vida longa ao Hubble

Depois de uma série de testes e de considerar cuidadosamente todas as opções disponíveis, a NASA anunciou que irá implementar alterações no funcionamento do telescópio espacial Hubble para que ele passe a operar usando apenas um giroscópio.

Talvez o instrumento científico mais famoso e mais conhecido do mundo, o telescópio entrou em modo de segurança em 24 de maio, um modo de funcionamento automático que é acionado quando alguma coisa dá errada. As observações científicas são interrompidas nesse modo e o telescópio deverá permanecer assim até que o trabalho de transição esteja concluído.

O telescópio Hubble foi projetado para ser consertado e atualizado pelos ônibus espaciais, mas ficou órfão desde a aposentadoria daqueles veículos espaciais.

A última missão de manutenção do Hubble foi realizada em 2009, durante uma visita do ônibus espacial Atlantis, que tornou o Hubble 90 vezes mais poderoso do que ele era até então. Antes disso, houve três missões de manutenção do telescópio espacial.

Giroscópios do Hubble

Dos seis giroscópios originais, apenas três permanecem funcionais e ativos. Eles medem as taxas de variação do telescópio e fazem parte do sistema que determina e controla a direção para a qual ele está apontando. Nos últimos seis meses, um giroscópio em particular tem retornado cada vez mais leituras incorretas, fazendo com que o observatório entrasse em modo de segurança várias vezes, suspendendo as observações científicas e aguardando instruções vindas da central de controle no solo.

Este giroscópio está apresentando "saturação", o que resulta em leituras no valor máximo da taxa de variação possível, independentemente da rapidez com que o telescópio está girando. Embora a equipe tenha conseguido reiniciar repetidamente os componentes eletrônicos do giroscópio para retornar às leituras normais, os resultados foram apenas temporários, antes que o problema reaparecesse.

Os especialistas da missão então montaram um novo esquema de funcionamento que restringe as observações, mas é capaz de manter o telescópio funcionando com apenas um giroscópio. Assim, enquanto um deles será utilizado, o segundo restante permanecerá como reserva. A ideia é que esta mudança permita ao Hubble continuar a explorar o universo durante esta década e na próxima, com a maioria das suas observações inalteradas.

Telescópio Hubble continuará operando com apenas um giroscópio
Localização dos giroscópios do telescópio Hubble.
[Imagem: NASA]

Limitações nas observações

O Hubble usa três giroscópios para maximizar a eficiência, mas é possível fazer observações científicas com apenas um deles. A NASA desenvolveu este plano pela primeira vez há mais de 20 anos, como o melhor modo operacional para prolongar a vida útil do telescópio. Na verdade, o Hubble já operou anteriormente no modo de dois giroscópios - o que é muito próximo do modo com um giroscópio - de 2005 a 2009. As operações de um giroscópio chegaram a ser demonstradas em 2008 por um curto período de tempo, sem impacto na qualidade das observações científicas.

Contudo, a perda de precisão no posicionamento trará algumas limitações. Por exemplo, o observatório precisará de mais tempo para focar em cada alvo científico e não terá tanta flexibilidade quanto ao local onde poderá observar em um determinado momento. Ele também não será capaz de rastrear objetos em movimento mais próximos de Marte que, embora sejam alvos raros para o Hubble, são importantes para o monitoramento de corpos celestes com risco de colisão com a Terra.

A transição envolve a reconfiguração dos instrumentos a bordo do Hubble e do sistema terrestre, bem como a avaliação do impacto nas futuras observações. A equipe espera retomar as operações científicas novamente em meados de junho.

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