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Meio ambiente

Vidro de refrigeração lança o calor para o espaço

Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/01/2024

Vidro de refrigeração arremessa calor do edifício no espaço
Processo de fabricação do vidro de refrigeração - tecnicamente, ele é um "composto fotônico randomizado".
[Imagem: Xinpeng Zhao et al. - 10.1126/science.adi2224]

Mandar o calor para o espaço

O resfriamento radiativo passivo, ou refrigeração passiva, que manda o calor para o frio do espaço sem gastar energia, acaba de ganhar mais um instrumento para ajudar a combater os efeitos da elevação das temperaturas refletindo o calor solar.

A nova tecnologia, um vidro de resfriamento, pode reduzir a temperatura do material abaixo dele em 3,5 ºC ao meio-dia, o que lhe dá um potencial de reduzir em 10% as emissões anuais de carbono de um prédio de apartamentos de altura média.

O revestimento reflete até 99% da radiação solar que incide sobre ele, impedindo que os edifícios e casas absorvam calor. A "mágica" acontece porque ele reemite o calor na forma de radiação infravermelha de ondas longas, para as quais a atmosfera terrestre é transparente.

Isso significa que o calor vai para gelado espaço exterior, onde a temperatura é geralmente em torno de -270 ºC, ou apenas alguns graus acima do zero absoluto.

"É uma tecnologia que vira o jogo, que simplifica a forma como mantemos os edifícios frescos e energeticamente eficientes," disse Xinpeng Zhao, da Universidade de Maryland, nos EUA. "Isto poderá mudar a forma como vivemos e ajudar-nos a cuidar melhor da nossa casa e do nosso planeta."

Vidro de refrigeração arremessa calor do edifício no espaço
O material é resistente às intempéries e até mesmo às chamas de um maçarico.
[Imagem: Xinpeng Zhao et al. - 10.1126/science.adi2224]

Vidro de refrigeração

Não há muitos segredos em termos do material em si, mas sim em sua técnica de fabricação. Partículas de vidro finamente moídas funcionam como aglutinante, evitando polímeros necessários em outras soluções, o que aumenta a durabilidade a longo prazo do material.

O truque está na escolha precisa do tamanho das partículas para maximizar a emissão de calor infravermelho e, ao mesmo tempo, refletir a luz solar, e moldar o compósito de modo a não permitir a densificação da estrutura porosa que as nanopartículas de vidro criam.

"Este ‘vidro de refrigeração’ é mais do que um novo material, é uma parte fundamental da solução para as alterações climáticas," disse o professor Liangbing Hu. "Ao reduzir a utilização do ar condicionado, estamos dando grandes passos no sentido de utilizar menos energia e de reduzir a nossa pegada de carbono. Isto mostra como as novas tecnologias podem ajudar-nos a construir um mundo mais fresco e mais verde."

Um elemento crucial para a adoção prática deste novo vidro de resfriamento é que ele é ambientalmente estável, capaz de resistir à exposição à água, radiação ultravioleta, sujeira e até ao fogo, suportando temperaturas de até 1.000 ºC. O vidro pode ser aplicado em uma variedade de superfícies como azulejo, tijolo e metal, tornando a tecnologia adequada a qualquer solução arquitetônica e de engenharia.

Bibliografia:

Artigo: A solution-processed radiative cooling glass
Autores: Xinpeng Zhao, Tangyuan Li, Hua Xie, He Liu, Lingzhe Wang, Yurui Qu, Stephanie C. Li, Shufeng Liu, Alexandra H. Brozena, Zongfu Yu, Jelena Srebric, Liangbing Hu
Revista: Science
Vol.: 382, Issue 6671 pp. 684-691
DOI: 10.1126/science.adi2224
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