Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/05/2008
Pesquisadores construíram um "computador vivo", utilizando bactérias geneticamente modificadas. A experiência é mais uma demonstração de que a computação utilizando organismos vivos é factível.
Recentemente, dois pesquisadores fizeram um levantamento de todos os estudos que envolvem o processamento biológico da informação e concluíram que podemos estar a caminho de um futuro não-eletrônico (veja Processamento biológico da informação abre caminho para um futuro não-digital).
Agora, uma equipe de biólogos e matemáticos adicionou genes a bactérias Escherichia coli que as transformaram em computadores bacterianos, capazes de resolver um enigma matemático que os pesquisadores chamam de "problema das panquecas queimadas."
Problema das panquecas queimadas
Esse problema inusitado começa com uma pilha de panquecas de diferentes tamanhos, cada uma com uma face dourada e outra queimada. O objetivo do jogo é ordenar essa pilha de tal forma que as maiores panquecas fiquem por baixo e todas elas fiquem com seus lados dourados para cima.
Computadores bacterianos
No experimento, os pesquisadores utilizaram fragmentos de DNA como panquecas e adicionaram genes de um tipo diferente de bactéria pra permitir que a E. coli virasse das "panquecas de DNA."
Eles também acrescentaram um gene que torna a bactéria resistente a um antibiótico específico, mas somente quando os fragmentos de DNA têm que ser invertidos, ou seja, quando as panquecas têm que ser viradas.
"O sistema oferece várias vantagens potenciais sobre os computadores convencionais," diz a cientista Karmella Haynes. "Um único frasco pode conter bilhões de bactérias, cada uma das quais pode potencialmente conter várias cópias do DNA utilizado nos cálculos. Esses 'computadores bacterianos' poderão funcionar em paralelo, significando que as soluções poderão ser encontradas mais rapidamente do que com os computadores convencionais, usando menos espaço e a um custo menor."
Paralelismo orgânico
Além do paralelismo, a computação bacteriana também tem o potencial para gerar "processadores" capazes de se autoconsertar e, eventualmente, capazes de evoluir com o uso.
Para conhecer outras pesquisas que envolvem a utilização de organismos vivos na computação, veja Grave seus dados no DNA de uma bactéria e deixe-os passar de geração em geração, Bactéria geneticamente modificada tira fotografia de alta resolução e Bactérias poderão ajudar a construir chips mais velozes.