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Eletrônica

Implante alimentado por energia solar poderá restaurar visão

Celeste Biever - New Scientist - 24/04/2006

Implante alimentado por energia solar poderá restaurar visão

Um implante que injeta compostos químicos atrás do seu olho pode não soar como algo exatamente agradável. Mas um chip alimentado por energia solar, que estimula as células da retina pulverizando-as com neurotransmissores, poderá um dia restaurar a visão de pessoas cegas.

Ao contrário de outros implantes em desenvolvimento, que aplicam uma carga elétrica diretamente nas células da retina, o novo dispositivo não gera aquecimento nas células. Ele também utiliza uma quantidade mínima de energia, o que torna desnecessário o uso de baterias externas.

A retina, que preenche as laterais e a parte posterior do globo ocular, contém células fotoreceptoras que, em resposta à luz, liberam compostos químicos sinalizadores, chamados neurotransmissores. Os neurotransmissores chegam às células nervosas na parte superior dos fotoreceptores, de onde os sinais são enviados ao cérebro por meio de uma série de reações químicas e elétricas. Em pessoas com doenças da retina, como a degeneração macular, relacionada à idade, e a retinite pigmentosa, os fotoreceptores ficam danificados, em última instância causando a cegueira.

No ano passado, o engenheiro Laxman Saggere, da Universidade de Illinois, divulgou planos para a construção de um implante que poderá substituir esses fotoreceptores danificados com um conjunto de bombas de neurotransmissores que reagem à luz. Agora ele construiu um componente crucial para o seu projeto: um atuador alimentado por energia solar que flexiona em resposta às luzes de baixíssima intensidade que atingem a retina. Múltiplos atuadores, construídos sobre um único chip, poderão captar os detalhes da imagem focalizada sobre a retina, permitindo que alguns "pixels" sejam enviados ao cérebro.

O protótipo de atuador consiste de um disco de silício de apenas 1,5 milímetro de diâmetro e 15 micrômetros de espessura. Quando a luz atinge uma célula solar próxima ao disco, ela produz uma tensão elétrica. A célula solar é conectada a uma camada de material piezoelétrico, chamado titanato zirconato de chumbo (PZT), que se movimenta sob a ação da corrente elétrica da célula solar. No futuro, um depósito contendo neurotransmissores poderá ser colocado sob o disco, e esse movimento poderá espremê-lo, liberando os neurotransmissores nas células da retina.

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