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Acordo Espacial Brasil-Ucrânia coloca o Brasil em nova órbita

Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/10/2003


Foguetes Cyclone

A parceria Brasil-Ucrânia na área espacial começa a sair do papel, entusiasmando a comunidade espacial brasileira, ainda abalada com o recente acidente com o foguete brasileiro VLS.

Com a parceria, o Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA) deverá receber a infra-estrutura necessária para o lançamento dos foguetes ucranianos Cyclone - veja detalhes do acordo na reportagem Cooperação na área espacial com a Ucrânia.

O empreendimento permite o aumento do potencial de uso do CLA, consolidando e tornando a base competitiva no mercado mundial de lançamento de satélites.

Outro benefício para o país é que a transferência de tecnologia incluída no acordo, reflete no desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS). Hoje, só Estados Unidos, Rússia, China, França, Itália, Japão, Ucrânia, Índia, Israel e Paquistão, reúnem tecnologia para construir e operar veículos lançadores de satélites. O primeiro foguete da série Cyclone deve partir de Alcântara no início de 2007.

Base de lançamento

Os lançamentos do Cyclone serão monitorados pelo atual Centro de Controle do CLA. "Ele está perfeitamente aparelhado para desempenhar essa função", garante o coronel Jorge Pagés, diretor da unidade espacial de Alcântara.

A única alteração necessária é a incorporação ao sistema do software que comanda e acompanha os movimentos do foguete. Ainda assim, ao CLA serão incorporadas uma série de melhorias que, segundo o brigadeiro Netto, exigirão gastos de US$ 30 milhões.

O complexo da ACS estará ao norte da torre de lançamento de Alcântara, destruída há dois meses no acidente com o VLS-1. A área de um quilômetro por 800 mts "já está totalmente legalizada, desocupada e a Aeronáutica já recebeu a documentação", informou o diretor da AEB. Essa área será subdividida em outras três onde serão instalados os módulos de armazenagem de peças e combustível, montagem dos foguetes, de apoio, logística e rampa de lançamento.

Tropicalização

Todavia, não é apenas Alcântara que deve vestir uma roupagem mais moderna para essa sua nova fase.

O foguete Cyclone-3, versão com a qual a Ucrânia já realizou 150 lançamentos, com apenas cinco falhas na localização exata de órbita de satélites transportados, também passará por uma remodelação tecnológica. Entre elas está a troca dos motores do terceiro estágio por versão mais robusta, o que dá a possibilidade de colocar em órbita até quatro satélites num único vôo.

O Cyclone-4, que já partirá de Alcântara, terá uma coifa (compartimento onde são instalados os satélites) maior com capacidade de carga útil de até 1.800 quilos para satélites de órbita geoestacionária ou a 36 mil metros de altitude.Também serão instalados filtros nos motores para que os gases tóxicos resultantes da queima da mistura da hidrazina (UDMH) e tetróxico de hidrogênio (NT), combustível líquido utilizado na propulsão, não polua o meio ambiente.

O novo modelo terá acrescido à área de aviónicos (que controlam o lançamento) o monitoramento pelo sistema GPS (Global Position System), que deve reduzir ainda mais a probabilidade de erro na órbita de satélites transportados.

Algumas partes da estrutura do foguete serão adaptadas para as condições de clima nos trópicos, onde se localiza Alcântara, pois a temperatura na região de onde hoje o Cyclone é lançado na Ucrânia varia do positivo até 40° abaixo de zero. Muitas dessas alterações serão acompanhadas pelos técnicos brasileiros o que significa acréscimo de conhecimento que deve influir no programa espacial do país.

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