Mini-satélite Proba surpreende cientistas

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/05/2004

A miniaturização da eletrônica está mudando o conceito de mini-satélites. Antes apenas aparelhos experimentais, que levavam um ou dois experimentos científicos, agora é possível incorporar neles várias tecnologias, tornando-os equipamentos com vida útil longa e capazes de executarem tarefas que antes eram exclusividade dos seus grandes e pesados irmãos maiores.

É o caso do mini-satélite Proba ("Project for On Board Autonomy"), lançado pela Agência Espacial Européia. Medindo 60 x 60 x 80 cm, ele possui a menor câmera hiperespectral já lançada ao espaço. Mas a pequena câmera tem possibilitado que o Proba ofereça serviços de mapeamento de áreas agrícolas, monitoramento da qualidade de águas, mensuração de danos causados por incêndios florestais e até acompanhamento de desastres naturais.

A câmera é o principal instrumento do Proba, ocupando um terço de seu volume total. Chamada CHRIS ("Compact High Resolution Imaging Spectrometer": espectrômetro compacto de imageamento de alta resolução), ela tem fornecido imagens cobrindo uma área de 14 quilômetros quadrados cada uma, com uma resolução de 18 metros. Uma mesma cena pode ser fotografada de vários ângulos devido à facilidade de manobra do mini-satélite.

Como os demais mini-satélites, o Proba também foi lançado com a expectativa de demonstrar e testar novas tecnologias. Mas o que era para ser apenas um laboratório agora está chamando a atenção de cientistas do mundo todo. O Proba saiu-se muito melhor do que se esperava e está gerando dados de interesse científico global. Tanto que a Agência Espacial Européia resolveu disponibilizar esses dados para cientistas do mundo todo. Nada menos do que 60 grupos do mundo todo se inscreveram para participar dos estudos.

O sucesso inesperado já garantiu também o lançamento do Proba 2, que está em construção e deverá ser lançado em 2005.

Mais tópicos