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Satélite Tandem-X fará mapa tridimensional da Terra

Jonathan Amos - BBC - 22/06/2010

Satélite Tandem-X fará mapa tridimensional da Terra
É a primeira vez que dois satélites foram colocados em formação tão próxima. Suas órbitas os aproximam com um mínimo de distância de cerca de 200 metros.
[Imagem: DLR]

A agência espacial alemã (DLR) lançou nesta segunda-feira o satélite Tandem-X, que terá a missão de compilar o mais preciso mapa em três dimensões da superfície da Terra.

O radar alemão vai voar em formação com um outro satélite idêntico, chamada Terrasar-X, lançada em 2007. Tandem-X é um acrônimo para Terrasar-X add-on for Digital Elevation Measurement.

Juntos, os dois satélites vão medir a variação de altura em todo o globo.

Mapa 3D da Terra

O mapa em três dimensões poderá ser usado para vários fins, entre eles, auxiliar aviões militares a voar em alturas extremamente baixas e ajudar equipes de resgate a avaliar onde foram os piores estragos após um terremoto, por exemplo.

"Nosso objetivo é gerar um modelo com resolução e qualidade que não existem hoje", explicou Vark Helfritz, da empresa de imagens por satélite Infoterra GmbH.

"Este será um produto verdadeiramente global e 'sem costuras' - não será uma 'colcha de retalhos' de dados enviados por diferentes satélites e colocados juntos", disse ele à BBC News.

Míssil balístico

O Tandem-X foi levado para o espaço por um míssil balístico intercontinental adaptado, partindo do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.

O foguete foi lançado às 5h14 da manhã, hora de Brasília, e um sinal confirmando a separação do satélite foi recebido 29 minutos depois, por uma estação de rastreamento na Antártida.

O novo satélite foi colocado em uma órbita polar paralela à órbita do Terrasar-X, cerca de 514 km acima do planeta.

Voo em formação

"É a primeira vez que dois satélites foram colocados em formação tão próxima", disse o brigadeiro Thomas Reiter, ex-astronauta e atual membro do painel executivo da DLR. "Suas órbitas os aproximam com um mínimo de distância de cerca de 200 metros. Isso será bastante desafiador para os controladores da missão, como se pode imaginar."

Os radares vão emitir pulsos constantes de micro-ondas contra a superfície do planeta. Ao medir o tempo que os sinais levam para retornar à sua fonte de origem os instrumentos determinam as diferenças de altitude.

O fato de os dois satélites estarem em formação tão próxima vai permitir que um deles aja como um transmissor/receptor e o outro como um segundo receptor.

Aplicações dos mapas 3D

Para que o satélite consiga mapear todos os 150 milhões de quilômetros quadrados da superfície da Terra serão necessários pelo menos três anos.

As observações por radar já têm extenso uso em aplicações militares, civis e científicas, como nas recentes avaliações de fenômenos como a erupção do vulcão Eyjafjallajoekull, na Islândia, e o vazamento de petróleo no Golfo do México.

A visão de micro-ondas do Terrasar-X permitiu que especialistas pudessem acompanhar e avaliar o status do vulcão islandês apesar de ele estar coberto por uma nuvem de cinzas. E no caso do vazamento, o satélite pode acompanhar o avanço da mancha de óleo no mar durante o dia e à noite, graças aos sinais de radar refletidos pela água poluída.

Com a melhoria na precisão dos dados enviados pelo Tandem, as aplicações deverão ser estendidas e aprofundadas.

Operadores de celulares, por exemplo, vão usar o modelo digital de elevação para escolher os melhores locais para a instalação de antenas; o setor de aviação poderá usar os dados para planejar rotas aéreas mais seguras; planejadores urbanos poderão avaliar riscos de enchentes com mais precisão e autoridades marítimas poderão usar a informação para rastrear piratas e navios de pesca ilegais.

Parceria público-privada

A missão Terrasar-X/Tandem-X é operada por uma parceria público-privada. A Agência Espacial Alemã é dona do hardware, a EADS Astrium construiu os satélites e a Infoterra GmbH tem os direitos comerciais exclusivos sobre os dados.

Já há planos para lançar um outro satélite, para dar continuidade ao trabalho desta missão.

O próximo passo seria uma tecnologia de alta resolução e de grande alcance que permitiria que imagens de grande escala da superfície, extremamente detalhadas, sejam registradas em uma única passagem.

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