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Matéria escura e energia escura são apenas ilusão cósmica, defende astrofísico

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/10/2025

Matéria escura e energia escura são apenas uma ilusão cósmica, defende astrofísico
Um antiuniverso também elimina a necessidade de energia escura e matéria escura, mas o conceito não conta com dados observacionais, como nesta nova teoria.
[Imagem: Gerado por IA/DALL-E]

Ilusões escuras

Há décadas, os cientistas acreditam que a matéria escura e a energia escura compõem a maior parte do Universo. Contudo, depois de bilhões de dólares gastos nos experimentos mais criativos, buscando até mesmo as pistas mais improváveis, eles não encontraram nada - nem partículas de matéria escura e nem forças que possam explicar a energia escura.

O professor Rajendra Gupta, da Universidade de Ottawa, no Canadá, sempre foi uma voz dissonante nessa comunidade: Suas teorias afirmam que a matéria escura não existe e que o Universo tem o dobro da idade aceita hoje pela maioria dos estudiosos do assunto.

Agora ele foi além, e lançou um novo quadro teórico sobre a cosmologia que propõe que o que percebemos como matéria escura e como energia escura pode ser simplesmente o efeito das forças naturais do Universo enfraquecendo lentamente à medida que o próprio Universo envelhece. Em termos simples, propõe Gupta, nem matéria escura e nem energia escura existem.

A nova teoria afirma que, se as forças básicas da natureza (como a gravidade) mudam lentamente ao longo do tempo e no espaço, isso explica os fenômenos que observamos, como a maneira como as galáxias evoluem e giram e como o Universo se expande.

"Na verdade, as forças do Universo enfraquecem, em média, à medida que ele se expande," explica o professor Gupta. "Esse enfraquecimento faz parecer que há um empurrão misterioso fazendo o Universo se expandir mais rápido (o que é identificado como energia escura). No entanto, em escala galáctica e de aglomerados de galáxias, a variação dessas forças em seu espaço gravitacionalmente limitado resulta em gravidade extra (que é considerada devida à matéria escura). Mas essas coisas podem ser apenas ilusões, decorrentes das constantes em evolução que definem a intensidade das forças."

Escalas cosmológica e astrofísica

Matéria escura e energia escura são apenas uma ilusão cósmica, defende astrofísico
"Com o nosso modelo, você não precisa assumir nenhuma partícula exótica ou quebrar as regras da física," disse o professor Gupta.
[Imagem: University of Ottawa]

No ano passado, o professor Gupta contestou a existência da matéria escura em um estudo em escala cosmológica. Neste novo trabalho, em escala astrofísica, ele questiona os modelos teóricos mais aceitos para as curvas de rotação das galáxias.

No novo modelo que ele elaborou, o parâmetro frequentemente denotado por alfa (α) surge da permissão para a evolução das constantes de acoplamento - tradicionalmente, α representa o grau de aglomeramento (ou inomogeneidade) da matéria no Universo. Para Gupta, α se comporta como um componente extra nas equações gravitacionais que produz efeitos semelhantes aos que os astrônomos atribuem à matéria escura e à energia escura.

"Há dois fenômenos muito diferentes que precisam ser explicados pela matéria escura e pela energia escura: O primeiro ocorre em escala cosmológica, ou seja, em uma escala maior que 600 milhões de anos-luz, assumindo que o Universo é homogêneo e o mesmo em todas as direções. O segundo ocorre em escala astrofísica, ou seja, em escalas menores o Universo é muito irregular e dependente da direção. No modelo padrão, os dois cenários exigem equações diferentes para explicar observações usando matéria escura e energia escura. O nosso é o único que explica ambos com a mesma equação, e sem precisar de matéria escura ou energia escura," disse o pesquisador.

Em escalas cosmológicas, α é tratado como uma constante, como quando é determinado pelo ajuste dos dados de supernovas. Mas localmente (em escala astrofísica), em uma galáxia, como a distribuição da matéria padrão (buracos negros, estrelas, planetas, gás, etc.) varia drasticamente, α varia, fazendo com que o efeito gravitacional extra dependa de onde essa matéria está localizada. Portanto, a nova teoria prevê que, em regiões onde há muita matéria comum (bariônica), o efeito gravitacional extra é menor e, onde a densidade de matéria detectável é baixa, ele é maior.

Assim, no novo modelo, em vez de adicionar halos de matéria escura ao redor das galáxias, a atração gravitacional extra vem de α. Ele reproduz as "curvas de rotação planas" observadas, como as estrelas se movendo mais rápido do que o esperado nas partes externas das galáxias.

"O que é realmente empolgante é que esta nova abordagem nos permite explicar o que vemos no céu: A rotação das galáxias, a aglomeração das galáxias e até mesmo a maneira como a luz se curva em torno de objetos massivos, sem precisar imaginar que há algo escondido lá fora. Tudo isso é apenas o resultado das constantes da natureza, que variam à medida que o Universo envelhece e se torna irregular," concluiu Gupta.

Bibliografia:

Artigo: Testing CCC+TL Cosmology with Galaxy Rotation Curves
Autores: Rajendra P. Gupta
Revista: Galaxies
Vol.: 13(5), 108
DOI: 10.3390/galaxies13050108
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