Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/11/2025

Micromotores voadores
Seus criadores os chamam de "micromotores voadores propelidos por convecção termal", mas você não irá errar longe se chamá-los de "poeira voadora impulsionada por luz".
Pedro Mena-Giraldo e seus colegas da Universidade de Concórdia, no Canadá, criaram esses micromotores voadores inspirando-se nos grãos de pólen - além do formato do pólen natural, eles também herdaram as dimensões, na casa dos 12 micrômetros (0,012 milímetro).
Feitos de óxido de zinco e revestidos com ouro, as partículas usam o calor da luz infravermelha para se elevar e se propulsionar sem qualquer combustível ou bateria. Uma camada adicional de nanopartículas de conversão ascendente (que reemitem a luz aumentando seu comprimento de onda), feita com elementos de terras raras, é depositada sobre a superfície do micromotor, permitindo o monitoramento termométrico da temperatura da superfície, o que é essencial para controlar o comportamento das partículas no ar.
Quando um feixe de luz incide sobre os micromotores, o ouro absorve energia e aquece o ar circundante. Esse calor cria suaves correntes de convecção, como colunas de ar quente ascendente, que impulsionam as partículas e permitem que elas se movam em direções controladas - elas sobem naturalmente na coluna de ar quente, mas é possível direcionar seu movimento ajustando a posição da luz.

Variedade de aplicações
A equipe espera que seus micromotores voadores sejam utilizados em diversas aplicações aéreas, como sensores microscópicos para detectar poluentes, ou assumir a forma de partículas funcionalizadas, projetadas para ajudar a purificar o ar, por exemplo.
Já foram fabricados inúmeros tipos de micromotores, mas aqueles capazes de voo independente só conseguiam se mover em ambientes líquidos, onde a flutuabilidade sustenta seu movimento. Obter movimento controlado no ar é muito mais difícil devido à gravidade e à ausência de um fluido circundante.
"Esta plataforma de micromotores oferece uma abordagem versátil para superar a gravidade e induzir um movimento controlável em uma matriz gasosa, abrindo novas oportunidades para desenvolver provas de conceito e aplicações usando essa abordagem aerodinâmica de micromotores.
"Nós vislumbramos uma variedade de aplicações, incluindo catálise heterogênea em fase gasosa, detecção de toxinas em aerossóis e controle da poluição, operando em canais, cartuchos ou tubos dentro de uma faixa de diâmetro prática, compatível com a convecção natural, conforme comprovado por nossas simulações," escreveu a equipe