Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/07/2021
Telas reflexivas
Imagine sentar-se ao Sol, lendo uma tela digital fina como papel, mas vendo a mesma qualidade de imagem que veria se você estivesse em um ambiente fechado.
Esta é a proposta de Marika Gugole e colegas da Universidade Chalmers, na Suécia.
Eles criaram um novo tipo de tela reflexiva - mais conhecida como papel eletrônico - que, pela primeira vez, mostra cores que quase se poderia chamar de "vívidas".
Ao contrário das telas tradicionais, que precisam de uma fonte de iluminação, como LEDs ou OLEDs, as telas reflexivas usam a luz ambiente, o que reduz drasticamente seu consumo de energia, além de serem menos cansativas para os olhos.
A mesma equipe já havia criado um protótipo de papel eletrônico capaz de mostrar todas as cores que uma tela comum de LED, mas as cores não eram boas o suficiente para garantir um lugar no mercado.
Tela ao avesso
Usando um material poroso e nanoestruturado que a própria equipe já havia testado antes - trióxido de tungstênio, ouro e platina - Gugole tentou uma nova tática, invertendo o projeto de forma a permitir que as cores aparecessem com muito mais precisão na tela.
A inversão consistiu em colocar o componente que torna o material eletricamente condutor por baixo da nanoestrutura pixelizada que reproduz as cores - em vez de acima dela, como nos protótipos anteriores. Este novo design significa que você olha diretamente para a superfície pixelizada, portanto, vê as cores com mais clareza.
A tecnologia é baseada na capacidade do material de regular como a luz é absorvida e refletida. Neste caso, o trióxido de tungstênio é o material principal, escolhido depois de diversos testes com polímeros. O material que cobre a superfície conduz sinais eletrônicos por toda a tela e pode então ser configurado para criar imagens de alta resolução.
O uso de ouro e platina, porém, não é uma boa notícia em termos de custos, ainda que o consumo seja mínimo por se tratar de uma tela extremamente fina. Mas a equipe afirma que tem esperanças de conseguir reduzir significativamente as quantidades necessárias dos dois metais nobres para viabilizar economicamente a produção das telas.
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