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Meio ambiente

Paradoxo climático: Ar menos poluído aumenta aquecimento global

Com informações da Science - 26/07/2022

Paradoxo climático: Ar menos poluído aumenta aquecimento global
Os padrões de queda nos aerossóis são incontestáveis.
[Imagem: Johannes Quaas et al. - 10.5194/acp-2022-295]

Ar limpo piora aquecimento global

Acabam de surgir evidências diretas de um dos maiores paradoxos do aquecimento global.

A queima de combustíveis fósseis libera gases de efeito estufa que estão acelerando o aquecimento global. Mas essas mesmas partículas de poluição refletem a luz do Sol e resfriam o planeta, compensando uma fração do aquecimento.

Agora, no entanto, à medida que as tecnologias de controle de poluição se espalham por todo o mundo, tanto as nuvens nocivas de poluentes quanto seu lado positivo estão começando a se dissipar.

Usando uma série de observações de satélite, Johannes Quaas e colegas da Universidade de Leipzig, na Alemanha, descobriram que a influência climática da poluição do ar global caiu até 30% em relação aos níveis de 2000.

Embora esta seja uma notícia bem-vinda para a saúde pública - estima-se que partículas finas transportadas pelo ar, os chamados aerossóis, matem vários milhões de pessoas por ano - é uma má notícia para o aquecimento global.

O ar mais limpo aumentou efetivamente o aquecimento total do dióxido de carbono emitido no mesmo período de 15% a 50%, estima Quaas.

Alteração das nuvens

Alguns aerossóis, como a fuligem, absorvem calor. Já as partículas reflexivas de sulfato e nitrato têm um efeito de resfriamento.

Por muitos anos, elas se formaram a partir de gases poluentes escapando de canos de escapamento de carros, chaminés de navios e chaminés de usinas de energia. Aos poucos, porém, tecnologias para eliminar essa poluição se espalharam por todo o mundo - e continuam avançando.

A equipe do professor Quaas usou dados de dois satélites de observação da Terra, chamados Terra e Água (Aqua), lançados pela NASA em 1999 e 2002, respectivamente.

Os dados mostrarm que, de 2000 a 2019, a "neblina" de poluição sobre a América do Norte, Europa e Leste Asiático diminuiu claramente, embora tenha continuado a engrossar sobre a Índia, ainda dependente de carvão.

E os aerossóis não apenas refletem a luz por conta própria: Eles também podem alterar as nuvens. Ao servir como núcleos nos quais o vapor de água se condensa, as partículas de poluição reduzem o tamanho das gotículas das nuvens e aumentam seu número, tornando as nuvens mais reflexivas.

Reduzir a poluição deve desfazer esse efeito. De fato, Quaas e sua equipe encontraram uma clara diminuição nas concentrações de gotículas de nuvens nas mesmas regiões onde os aerossóis diminuíram.

Criando novos problemas

E esse efeito aquecedor do ar menos poluído pode ter um efeito duplamente danoso: Além de mostrar um reforço no aquecimento global, ele está dando voz aos defensores da controversa geoengenharia, que pretende lançar aerossóis deliberadamente na atmosfera para tentar esfriar o planeta.

Bibliografia:

Artigo: Robust evidence for reversal in the aerosol effective climate forcing trend
Autores: Johannes Quaas, Hailing Jia, Chris Smith, Anna Lea Albright, Wenche Aas, Nicolas Bellouin, Olivier Boucher, Marie Doutriaux-Boucher, Piers M. Forster, Daniel Grosvenor, Stuart Jenkins, Zig Klimont, Norman G. Loeb, Xiaoyan Ma, Vaishali Naik, Fabien Paulot, Philip Stier, Martin Wild, Gunnar Myhre, Michael Schulz
Revista: Small
DOI: 10.5194/acp-2022-295
Link: https://acp.copernicus.org/preprints/acp-2022-295/
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