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Robótica

Robô aprende a imaginar a si mesmo e fazer autoimagem corporal

Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/07/2022

Robô aprende a imaginar a si mesmo e fazer autoimagem corporal
Etapas da construção da autoimagem corporal do robô.
[Imagem: Boyuan Chen et al. - 10.1126/scirobotics.abn1944]

Autoimagem robótica

A imagem corporal é corriqueiramente associada à vaidade, mas na verdade ela é essencial até mesmo para nossos movimentos mais inconscientes.

Quando você se veste ou joga bola, seu cérebro está constantemente planejando com antecedência para que você possa mover seu corpo sem esbarrar, tropeçar ou cair.

Nós, humanos, adquirimos nosso modelo corporal quando bebês, e os robôs estão seguindo o exemplo. Engenheiros afirmam ter criado um robô que - pela primeira vez - é capaz de aprender um modelo do seu corpo inteiro a partir do zero, sem qualquer assistência humana.

Na demonstração, o robô criou um modelo cinemático de si mesmo e, em seguida, usou seu automodelo para planejar movimentos, atingir metas e evitar obstáculos em várias situações - ele até se reconheceu automaticamente e compensou danos que os pesquisadores induziram ao seu corpo.

Aprendendo a ser um robô

O robô - especificamente um braço robótico - foi colocado dentro de um círculo cercado por cinco câmeras de vídeo. Seu programa de controle se observava através das câmeras enquanto se movia livremente, sem uma tarefa específica ou por comandos.

Como uma criança explorando a si mesma pela primeira vez em uma sala de espelhos, o robô se contorceu para aprender exatamente como seu corpo se movia em resposta a vários comandos motores. Após cerca de três horas, o robô parou. Sua rede neural profunda interna havia terminado de aprender a relação entre as ações motoras do braço robótico e o volume que ele ocupava em seu ambiente.

Ao verificar a imagem corporal que o robô havia criado de si mesmo, a equipe constatou que ele reproduzia a si mesmo e o seu entorno com uma taxa de erro de 1%.

Robô aprende a imaginar a si mesmo e fazer autoimagem corporal
A autoimagem do robô (Prediction) e sua realidade (Ground truth) são virtualmente idênticas.
[Imagem: Boyuan Chen et al. - 10.1126/scirobotics.abn1944]

Consciência robótica

"A automodelagem é uma forma primitiva de autoconsciência. Se um robô, animal ou humano tem um automodelo preciso, ele pode funcionar melhor no mundo, pode tomar melhores decisões e tem uma vantagem evolutiva," disse o professor Hod Lipson, da Universidade de Colúmbia, nos EUA, cuja equipe trabalha há anos tentando criar robôs autoconscientes.

Os pesquisadores afirmam estar cientes dos limites, riscos e controvérsias em torno da concessão de maior autonomia às máquinas por meio do autoconhecimento.

E Lipson também é rápido em admitir que o tipo de autoconsciência demonstrado neste estudo é, como ele observou, "trivial comparado ao dos humanos, mas você tem que começar de algum lugar. Nós temos que prosseguir lenta e cuidadosamente, de modo que possamos pesar os benefícios e minimizar os riscos."

Há cerca de um mês, um engenheiro do Google quase perdeu o emprego ao afirmar que o programa de inteligência artificial LaMDA se tornou senciente. Na ocasião, os cientistas ouvidos sobre o assunto afirmam que a alegação não teria sustentação, alguns classificando-a de "bobagem".

Bibliografia:

Artigo: Full-Body Visual Self-Modeling of Robot Morphologies
Autores: Boyuan Chen, Robert Kwiatkowski, Carl Vondrick, Hod Lipson
Revista: Science Robotics
Vol.: 7, Issue 68
DOI: 10.1126/scirobotics.abn1944
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