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Estrela solitária é três milhões de vezes mais brilhante que o Sol

Com informações do ESO - 25/05/2011

Super estrela solitária é três milhões de vezes mais brilhante que o Sol
Todas as "super-estrelas" anteriormente descobertas foram encontradas em enxames estelares, mas este verdadeiro farol cósmico brilha em seu próprio esplendor solitário.
[Imagem: ESO/M.-R. Cioni/VISTA]

Super estrela

Depois dos planetas solitários, agora foi a vez dos astrônomos encontrarem uma estrela isolada.

A estrela, extraordinariamente brilhante, mas isolada, foi encontrada em uma galáxia próxima à Via Láctea.

A estrela solitária é três milhões de vezes mais brilhante do que o Sol.

Todas as "super-estrelas" anteriormente descobertas foram encontradas em enxames estelares, mas este verdadeiro farol cósmico brilha em seu próprio esplendor solitário.

A origem desta super estrela ainda é um mistério: os astrônomos se perguntam se ela se formou isoladamente ou se foi ejetada de um enxame estelar. Nos dois casos, porém, ela põe à prova o conhecimento dos astrônomos sobre a formação estelar.

Estrela isolada

Uma equipe internacional de astrônomos utilizou o Very Large Telescope do ESO (Observatório Europeu do Sul) para estudar detalhadamente a estrela VFTS 682, situada na Grande Nuvem de Magalhães, uma pequena galáxia vizinha da Via Láctea.

VFTS é uma sigla para os termos em inglês de VLT-FLAMES Tarantula Survey, um rastreio na região da nebulosa da Tarântula, efetuado pelo instrumento FLAMES, instalado no Telescópio VLT,

Ao analisar a radiação da estrela, os pesquisadores descobriram que esta estrela possui 150 vezes mais massa do que o Sol.

Até agora, estrelas como esta só tinham sido encontradas nos centros muito densos de enxames estelares - mas a VFTS 682 encontra-se isolada.

"Ficamos muito surpreendidos por encontrar uma estrela de tão grande massa isolada, em vez de se encontrar situada num enxame estelar rico," afirmou Joachim Bestenlehner, do Observatório de Armagh, na Irlanda do Norte. "A sua origem é misteriosa."

Farol cósmico

Esta estrela foi inicialmente descoberta em um rastreio efetuado nas estrelas mais brilhantes situadas no interior e em volta da Nebulosa da Tarântula, na Grande Nuvem de Magalhães.

A estrela situa-se numa maternidade estelar: uma enorme região de gás, poeira e estrelas jovens, que é, na realidade, a região de formação estelar mais ativa no Grupo Local de galáxias. O Grupo Local é um pequeno agrupamento de galáxias do qual fazemos parte, que inclui as galáxias da Via Láctea e Andrômeda, assim como as Nuvens de Magalhães e várias outras galáxias menores.

Inicialmente pensou-se que a VFTS 682 fosse quente, jovem e brilhante, sem no entanto possuir características especiais. Contudo, este novo estudo revelou que grande parte da energia da estrela, antes de chegar à Terra, está sendo absorvida e dispersada por nuvens de poeira - ou seja, a estrela é na realidade mais brilhante do que o que se pensava anteriormente, encontrando-se mesmo entre as estrelas mais brilhantes conhecidas.

A radiação vermelha e infravermelha emitida pela estrela atravessa a poeira, mas a radiação azul e verde, de menor comprimento de onda, é dispersada e consequentemente perdida. O resultado disto é que a estrela nos parece mais avermelhada do que é na realidade. Se a víssemos completamente livre de obstruções ela brilharia num tom branco-azulado luminoso.

Explosões de raios gama

Além de ser extremamente brilhante, a VFTS 682 é também muito quente, com uma temperatura superficial de cerca de 50.000 graus Celsius - a temperatura na superfície do Sol é cerca de 5.500 graus Celsius.

Estrelas com propriedades tão estranhas podem acabar as suas curtas vidas não apenas como supernovas, como é normal para estrelas de grande massa, mas possivelmente como as muito mais dramáticas explosões de raios gama de longa duração, as explosões mais brilhantes no Universo.

As explosões de raios gama estão entre os eventos mais energéticos do Universo. A radiação de alta energia que produzem pode ser detectada por sondas espaciais orbitais.

As explosões de raios gama que duram mais que dois segundos são as chamadas explosões longas e as que têm uma duração menor são conhecidas como explosões curtas.

As explosões longas estão associadas com explosões de supernova de estrelas jovens de elevada massa em galáxias com formação estelar. As explosões curtas não são bem compreendidas, mas acredita-se que tenham origem na fusão de dois objetos compactos, tais como estrelas de nêutrons.

Maternidade de gigantes

Embora a VFTS 682 pareça estar atualmente sozinha, ela não se encontra muito afastada do enxame estelar RMC 136, que contém várias "super-estrelas" semelhantes. É lá que está localizada a estrela de maior massa que se conhece no Universo, além de uma estrela em disparada, descoberta pelo telescópio Hubble em 2010.

"Os novos resultados mostram que a VFTS 682 é praticamente idêntica a uma das super-estrelas mais brilhantes situada no coração do enxame estelar R 136," acrescenta Paco Najarro, outro membro da equipe.

Será possível que a VFTS 682 tenha-se formado neste enxame, tendo sido posteriormente ejetada? Tais "estrelas fugidias" são conhecidas dos astrônomos, mas todas as que se conhece até agora são menores do que a VFTS 682. Seria por isso interessante descobrir como é que uma estrela de tão grande massa poderia ser lançada para fora do enxame por interações gravitacionais.

"Parece mais fácil que as estrelas maiores e mais brilhantes se formem no interior de enxames estelares ricos," acrescenta Jorick Vink, outro membro da equipe. "E, embora seja possível, é muito mais difícil compreender como é que estes faróis brilhantes se formam sozinhos. O que torna a VFTS 682 verdadeiramente fascinante."

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