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Satélite brasileiro SCD-1 bate recorde mundial de operação

Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/06/2023

Satélite brasileiro SCD-1 bate recorde mundial em operação
O SCD-1 foi resultado do primeiro programa espacial nacional, a Missão Espacial Completa Brasileira, que teve início em 1979.
[Imagem: INPE]

Recorde mundial do satélite brasileiro

O primeiro satélite artificial produzido no Brasil bateu o recorde mundial entre os satélites com maior vida operacional.

O SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados 1), foi lançado ao espaço em 9 de fevereiro de 1993. No último sábado (17 de Junho), ele ultrapassou o tempo em operação contínua do GeoTail, a primeira missão conjunta entre as agências espaciais norte-americana (NASA) e japonesa (JAXA).

Agora, a cada dia em operação, o SCD-1 estabelece um novo recorde, uma vez que o GeoTail já saiu de operação. No dia 17 de Junho, o satélite brasileiro quebrou o recorde ao completar 30 anos, 4 meses e 4 dias em operação.

O satélite continua cumprindo sua função de receber dados ambientais, coletados por centenas de plataformas distribuídas no território brasileiro, e retransmitir essas informações para as estações terrestres localizadas em Cuiabá (MT) e Natal (RN). Os dados são armazenados em um sistema nacional e disponibilizados para os usuários.

Desde que o SCD-1 foi lançado ao espaço, muita coisa mudou no desenvolvimento e na tecnologia dos satélites. O avanço na área da eletrônica permitiu a redução do volume, da massa e do consumo de energia dos equipamentos e, consequentemente, do tamanho dos satélites.

Por outro lado, tudo se tornou mais complexo e delicado, o que tem diminuído o tempo de vida dos satélites. Assim, o recorde do SCD-1 poderá durar muito.

"Dificilmente esse recorde do SCD-1 venha a ser batido devido ao aumento das complexidades e funcionalidades que hoje são demandadas dos satélites. E, mesmo que venha a ser batido, não se espera que venha ocorrer por um primeiro desenvolvimento de uma nação," disse Adenilson Roberto da Silva, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), instituto responsável pela construção e operação do SCD-1.

Longevidade imprevisível

O avanço da tecnologia fez com que os satélites desenvolvidos nos últimos anos passassem a ter uma vida útil especificada e, na grande maioria dos casos, essa vida útil especificada é sempre cumprida, geralmente seguida pelo lançamento de outro satélite com maior capacidade.

Como o SCD-1 não tem sistema de propulsão, não é possível sequer fazer o seu descomissionamento, ou seja, sua retirada de órbita, com uma eventual reentrada na atmosfera e desocupação da órbita.

"Assim, ele deverá continuar operando até que uma falha maior ocorra e ele deixe de se comunicar com as antenas em solo. No estado atual, a velocidade de rotação, que é o princípio físico que o estabiliza, diminuiu bastante e vai continuar decrescendo.

"É esperado que, em algum momento, a estabilização seja perdida, sendo, talvez, a provável causa do final de vida do SCD-1. Como a redução da velocidade de rotação depende de fatores ambientais externos, pode ser que a vida útil seja encerrada num curto prazo. Não se espera uma vida longa a partir deste momento," concluiu o pesquisador.

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