Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/08/2008
O titânio é um dos mais versáteis metais que existem, com aplicações que vão desde a fabricação de foguetes e aviões até a construção de músculos artificiais e implantes ósseos.
Agora, cientistas descobriram que um composto de titânio também poderá tornar os lubrificantes para motores de automóveis mais ambientalmente corretos e mais eficientes.
Aditivo para óleos de alto desempenho
O aditivo de titânio, quando adicionado ao óleo lubrificante do motor, forma uma camada em nanoescala, resistente ao desgaste, que adere à superfície das partes mais sensíveis do motor, tornando-o um substituto perfeito para os aditivos químicos utilizados até agora, mas que não coexistem bem com os mais modernos equipamentos antipoluição.
Há anos o aditivo antidesgaste mais utilizado nos óleos de alto desempenho para motores têm sido os compostos à base de fósforo, particularmente o ZDDP (Zinc DialkylDithioPhosphate: dialquilditiofosfato de zinco). O ZDDP forma uma película de polifosfato sobre as peças do motor, reduzindo o desgaste.
Aditivo danifica o catalisador
Infelizmente, o fósforo é um elemento químico que é um verdadeiro veneno para os conversores catalíticos dos automóveis, contaminando o catalisador e reduzindo sua eficiência e sua vida útil. Por isto, a indústria vem há anos procurando por alternativas.
Mas substituir o ZDDP não é uma tarefa tão simples, porque um aditivo tem inúmeras funções úteis além de aumentar a resistência ao desgaste. Os modernos óleos lubrificantes são na verdade uma mistura de grande complexidade, contendo 20% ou mais de diversos aditivos especiais para melhorar propriedades como a viscosidade, a estabilidade química e física do óleo, e evitar a formação de sedimentos no interior do motor.
Aditivo de titânio
Agora o titânio se mostrou ser uma alternativa à altura, sugerindo que a indústria de óleos poderá passar a usar menos ZDDP. Utilizando raios X de baixa energia, os pesquisadores descobriram que o titânio liga-se quimicamente à estrutura metálica das peças do motor, formando uma finíssima película de titanato de ferro, um óxido de altíssima dureza que protege essas peças.
Até então os cientistas não sabiam se o aditivo de titânio simplesmente ficava sobre a peça, o que não garantia um rendimento adequado. Agora que conhecem com detalhes o composto químico formado, e que ele fica ligado quimicamente à superfície das peças dos motores, os cientistas passarão a avaliar a influência da substituição do ZDDP pelo aditivo de titânio em diversas proporções.