Logotipo do Site Inovação Tecnológica





Energia

Bateria de alumínio pode ser recarregada 10.000 vezes

Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/04/2021

Bateria de alumínio pode ser recarregada 10.000 vezes
Esta imagem ampliada mostra o alumínio depositado nas fibras de carbono em um eletrodo da bateria. A ligação química torna o eletrodo mais espesso e sua cinética mais rápida, resultando em uma bateria recarregável que é mais segura, mais barata e mais sustentável do que as baterias de íons de lítio.
[Imagem: Jingxu Zheng et al. - 10.1038/s41560-021-00797-7]

Ciclos de carga e descarga

Existe um "número mágico" no campo das baterias que estabelece que é necessário que uma bateria suporte 1.000 ciclos de carga e descarga para que ela seja comercialmente viável.

É claro que existem no mercado muitas baterias de baixa qualidade, que não chegam nem perto disso, mas uma vida útil de 1.000 ciclos é a qualidade mínima exigida para que marcas reconhecidas se decidam a colocar seu logo sobre um produto.

Brevemente, no entanto, toda essa discussão deverá ser feita em um outro patamar, uma vez que Jingxu Zheng e seus colegas da Universidade de Cornell, nos EUA, fizeram uma verdadeira mágica nesse número mágico.

Zheng construiu uma bateria à base de alumínio e zinco que alcançou 10.000 ciclos de carga e descarga sem perder capacidade.

Esse novo tipo de bateria pode ser uma alternativa mais segura e mais ecologicamente correta às baterias de íons de lítio, que atualmente dominam o mercado.

Bateria de alumínio

Entre as vantagens de usar o alumínio para fabricar baterias está o fato de que ele é um elemento muito mais abundante na crosta terrestre do que o lítio, o que o torna mais barato.

E, sendo trivalente e leve, ele tem capacidade de armazenar mais energia do que muitos outros metais.

No entanto, tem-se mostrado difícil integrar o alumínio nos eletrodos das baterias porque ele reage quimicamente com o separador de fibra de vidro, que divide fisicamente os polos positivo e negativo, fazendo com que a bateria entre em curto-circuito e pife.

A solução encontrada por Zheng foi projetar um substrato de fibras de carbono entrelaçadas que formam uma ligação química ainda mais forte com o alumínio. Quando a bateria é carregada, o alumínio é depositado na estrutura de carbono por meio de ligações covalentes muito fortes, com um compartilhamento de pares de elétrons entre os átomos de alumínio e os átomos de carbono.

Enquanto os eletrodos das baterias recarregáveis convencionais são apenas bidimensionais, esta técnica usa uma arquitetura tridimensional - ou não-planar - e cria uma camada de alumínio mais consistente e mais profunda, que pode ser controlada com precisão, segundo os pesquisadores.

Os protótipos de baterias com o anodo de alumínio construídos pela equipe puderam ser carregadas e descarregadas - em condições práticas - mais de dez vezes mais do que outras baterias similares.

Bibliografia:

Artigo: Regulating electrodeposition morphology in high-capacity aluminium and zinc battery anodes using interfacial metal-substrate bonding
Autores: Jingxu Zheng, David C. Bock, Tian Tang, Qing Zhao, Jiefu Yin, Killian R. Tallman, Garrett Wheeler, Xiaotun Liu, Yue Deng, Shuo Jin, Amy C. Marschilok, Esther S. Takeuchi, Kenneth J. Takeuchi, Lynden A. Archer
Revista: Nature Energy
DOI: 10.1038/s41560-021-00797-7
Seguir Site Inovação Tecnológica no Google Notícias





Outras notícias sobre:
  • Baterias
  • Metais e Ligas
  • Fontes Alternativas de Energia
  • Hidrogênio

Mais tópicos