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Brasil terá Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais

Com informações do MCT - 01/07/2011


Nos próximos dias, o governo federal publicará o decreto que cria o Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que será comandado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Monitoramento inteligente

O núcleo inteligente do sistema, responsável por gerenciar as informações emitidas por radares, pluviômetros e previsões climáticas, será instalado em Cachoeira Paulista (SP).

A ideia é dar início ao monitoramento em 25 cidades com cartas geotécnicas prontas. A lista dos municípios será definida pelo Ministério das Cidades.

Os especialistas do Cemaden vão trabalhar com previsões de alta resolução e ainda com uma série de equipamentos como radares meteorológicos e de análise de solo.

As primeiras análises devem acontecer a partir de novembro, quando será inaugurado o espaço físico do centro. Durante quatro anos, período de instalação total do sistema de alerta, serão investidos R$ 250 milhões.

Riscos de acidentes naturais

Para o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o investimento faz jus à importância que terá na prevenção de desastres com vítimas: "Um sistema na ativa desde o começo do ano no Rio salvou vidas em abril, quando sirenes dispararam após tempestades."

Números repassados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) indicam que existem 1.386 municípios com suscetibilidade natural a eventos de deslizamentos. E 1.413 cidades possuem riscos de enchentes.

Entretanto, apenas em 237 localidades é maior o risco de ocorrência de desastres com o envolvimento de vítimas.

Segundo Mercadante, o sistema vai informar sobre os desastres naturais mais comuns no Brasil, como os deslizamentos de terra e inundações que ocorreram na região serrana do Rio de Janeiro.

Segundo o ministro, um importante aliado no processamento das informações será o supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). "O computador pode esquadrinhar o Brasil a cada cinco km² e aumenta a nossa capacidade de processar as informações. Isso nos dará informações mais precisas sobre a condição tempo em cada local crítico", afirmou.

Recursos e concurso

De acordo com o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped/MCT), Carlos Nobre, o próximo passo será a aprovação do recurso de mais de R$ 10 milhões para o início das atividades.

Além disso, será criado um concurso público simplificado para contratação de aproximadamente 80 especialistas que vão atuar no centro.

"O decreto cria o centro e dá as atribuições. Agora, precisamos agilizar a aprovação do concurso público. Creio que até o final de julho conseguimos colocá-lo na praça. A respeito do recurso é preciso enviar um projeto de lei para o Congresso. Imagino que tudo isso ocorra rapidamente e até o final de novembro inauguraremos o Cemaden", finalizou.

Nobre adiantou ainda que a reforma dos radares existentes e a aquisição de novos equipamentos somente acontecerá no próximo ano, em 2012. Está prevista também a compra de 1,5 mil pluviômetros e de equipamentos de geotecnia.

"A previsão é que o recurso saia do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima)", disse. O secretário explicou que a integração dos dados de radares e pluviômetros será fornecida pelo INPE. "Por enquanto, não teremos nenhuma aquisição. Toda a informação necessária para a emissão dos alertas será fornecida pelo INPE como um produto", comentou.

Sobre a cobertura feita pelos radares existentes, Nobre considera satisfatória. "São Paulo e Rio de Janeiro estão cobertos. A cidade de Belo Horizonte está instalando um também. Temos ainda um para o Nordeste que cobre Maceió e Recife. Nessa área está de fora da cobertura apenas Salvador. Na região Sul do País também temos um, que abrange principalmente Santa Catarina. Não temos uma cobertura completa, mas é satisfatória", definiu.

Papel do Cemadem

Entre as atribuições do Cemaden estão:

  • elaborar alertas de desastres naturais relevantes para ações de proteção e defesa civil no território nacional;
  • realizar e divulgar estudos e pesquisas voltados para a produção de informações necessárias ao planejamento e à promoção de ações contra desastres naturais;
  • desenvolver capacidade científica, tecnológica e de inovação para continuamente aperfeiçoar os alertas de desastres naturais;
  • operar sistemas computacionais necessários à elaboração dos alertas de desastres naturais;
  • promover capacitação, treinamento e apoio a atividades de especialização e pós-graduação em suas áreas de atuação;
  • e fornecer alertas de desastres naturais para o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), do Ministério da Integração Nacional, auxiliando o Sistema Nacional de Defesa Civil.

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