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Cientistas recebem primeiros dados do CryoSat

Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/07/2010

Cientistas recebem primeiros dados do CryoSat
Perfil do gelo da Groenlândia capturado pelo Cryosat, mostrando uma estimativa da capa de gelo, incluindo sua elevação e variabilidade, ao longo de uma região de 2.500 km, no sentido sul-norte.
[Imagem: ESA]

A Agência Espacial Europeia (ESA) começou a enviar aos cientistas os primeiros dados coletados pelo Cryosat, o satélite do gelo.

Agora, cientistas de todo o mundo começam a se dedicar a uma cuidadosa análise desses dados, que prometem dar as melhores explicações já obtidas até hoje sobre como os campos de gelo da Terra estão se alterando em resposta às alterações climáticas.

Aquecimento do satélite do gelo

A divulgação, feita apenas três meses depois do CryoSat-2 ter sido lançado, é o primeiro marco na exploração científica dos dados da missão - o CryoSat-1 foi perdido durante o lançamento e nunca chegou a entrar em operação.

Os novos dados são essenciais para a determinação de pequenas variações na espessura dos gelos flutuantes nos oceanos polares e nos vastos lençóis de gelo que cobrem a Antártida e a Groenlândia.

Cerca de 150 cientistas de 40 institutos de pesquisa têm agora acesso aos dados. A primeira etapa consistirá na validação e calibração dos instrumentos, uma etapa necessária para verificar se os dados estão de acordo com os padrões estabelecidos para a missão.

Depois de validados, os dados atuais e futuros serão enviados a um número ainda maior de cientistas, o que deverá ocorrer até o final deste ano.

Terra, ar e espaço

A missão CryoSat promete coletar dados com precisão inédita, permitindo detectar o efeito que as alterações climáticas estão exercendo sobre os gelos polares.

Mesmo coletados de órbita, os dados deverão alcançar uma precisão de centímetros.

Para isso, a ESA está organizando extensas campanhas de medição, feitas por terra e com o auxílio de aviões.

Estas campanhas de validação, no Ártico e na Antártida, envolvem medidas simultâneas a partir do solo, do ar e do satélite CryoSat. Comparando as leituras em terra com as feitas pelo ar, e depois as do ar com as do satélite, a precisão dos dados do CryoSat pode ser avaliada.

"Já fizemos diversas campanhas nas regiões polares antes do lançamento do CryoSat-2, para ajudar a preparar a missão," conta o responsável pela validação do satélite, Malcom Davidson.

"No entanto, a próxima campanha será particularmente interessante, já que será a primeira oportunidade que teremos de fazer uma comparação direta entre os dados do satélite e as medidas atmosféricas," acrescentou.

Estas campanhas de aferição estão sendo feitas em parceria com a NASA.

Bugs

"Este é o primeiro envio de dados do CryoSat para utilizadores externos à equipe do projeto, o que está acontecendo extraordinariamente cedo para uma missão deste tipo," disse o responsável de missão, Tommaso Parrinello.

"Trabalhando 24 horas por dia, manobramos o satélite até a órbita correta. Para isto, tivemos que resolver alguns bugs nos processadores. Estamos agora entrando na parte final desta fase, em que a equipe de calibração e validação desempenha um papel importante, verificando atentamente os dados produzidos pelo CryoSat, antes de estes serem liberados para a comunidade científica," conta Parrinello.

Apesar de o CryoSat-2 só entrar na fase de utilização plena a partir de setembro, a missão tem superado todas as expectativas até agora. O satélite e os instrumentos estão todos funcionando corretamente e, segundo a equipe, os dados são muito encorajadores.

O gerente do projeto CryoSat-2, Richard Francis, afirmou que: "Temos estado muito entusiasmados com a precisão dos dados. Estamos vendo mais coisas do que esperávamos. Estou satisfeito por podermos compartilhar este entusiasmo com os cientistas que têm agora acesso [aos dados] e estamos ansiosos pela contribuição que poderão dar ao trabalho."

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