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Energia geotérmica sofre revezes

Boletim Inovação Unicamp - 26/12/2009

Energia geotérmica sofre revezes
A viabilidade da exploração da energia geotérmica enfrenta preocupações crescentes, devido aos terremotos causados pela perfuração das rochas quentes em grandes profundidades. A planta da AltaRock acaba de ser fechada.
[Imagem: AltaRock Energia Inc.]

Baixa para Obama

A empresa AltaRock Energy comunicou ao Departamento de Energia dos EUA que paralisou os trabalhos do projeto de aproveitamento de energia geotérmica que mantinha na localidade de Geysers, 160 quilômetros ao norte de São Francisco, na Califórnia.

O projeto Geysers era o primeiro teste importante do governo Obama de aproveitamento de energia geotérmica como alternativa viável aos combustíveis fósseis e havia recebido uma verba de US$ 6 milhões (aproximadamente R$ 10,2 milhões) do Departamento de Energia daquele país.

A AltaRock é uma empresa emergente com sede em Seattle; além da verba federal que recebeu, levantou para o projeto outros US$ 30 milhões (cerca de R$ 51 milhões) em capital de risco.

Terremotos artificiais

O anúncio se seguiu ao fechamento, pelo governo da Suíça, de um projeto similar em Basileia, por ter provocado dois terremotos, um em 2006 e outro em 2007. A técnica reconhecidamente produz tremores de terra, quase sempre pequenos.

O tipo de tecnologia utilizada em ambos os projetos requer a quebra da rocha, muito quente em virtude da profundidade em que se encontra, para que se introduza água nas fraturas; a água circula em meio às rochas e se transforma em vapor, que é então utilizado para gerar energia.

Expectativas frustradas

Segundo o jornal New York Times, o revés pode mudar a direção do programa geotérmico do governo Obama, que criou expectativas de que o fundo rochoso da Terra pudesse ser aproveitado logo como fonte limpa e praticamente infinita de energia.

Segundo o jornal, os entusiastas da energia geotérmica garantiam que em pouco tempo seria possível perfurar quilômetros de rocha dura rapidamente e de modo economicamente viável, bastando para isso fazer pequenos aperfeiçoamentos nos métodos de perfuração usados hoje em dia.

O Departamento de Energia, que investiu este ano US$ 440 milhões (aproximadamente R$ 750 milhões) em energia geotérmica, informou que ainda confia nas perspectivas de longo prazo da tecnologia do projeto Geysers.

Energia geotérmica no mundo

Segundo o Relatório do Estado Global das Energias Renováveis de 2009 a capacidade instalada de geração de energia termal atingiu 10 GW em 2008.

O relatório é produzido pela Rede de Políticas de Energia Renovável para o Século 21 (Renewable Energy Policy Network for the 21st Century), a REN21, uma rede mundial, com sede na França.

Os Estados Unidos ocupam a liderança na área da energia geotermal, com 120 projetos em andamento no início de 2009, para gerar no mínimo 5 GW.

O documento destaca também Austrália, El Salvador, Guatemala, Indonésia Islândia, México, Nicarágua, Papua Nova Guiné, Quênia e Turquia como países em que o uso desse tipo de energia está em expansão.

Por outro lado, o aproveitamento da energia geotermal bombeada do subsolo atingiu 30 GWte, estima a REN21. Ainda segundo estimativa da organização, outros usos diretos de calor geotérmico, como o aquecimento de ambientes e estufas e utilizações na agricultura e na indústria, chegaram a 15 GWte. Pelo menos 76 países fazem algum tipo de uso de energia geotermal, diz o relatório.

Como se aproveita a energia geotermal

Para geração de energia geotermal, perfura-se o solo em busca de áreas quentes do subsolo. É esse calor que é aproveitado na geração de energia.

Sua viabilidade, no entanto, enfrenta agora as preocupações com a segurança nos Estados Unidos. Uma planta geotermal na Alemanha teria, segundo cientistas, gerado um terremoto na cidade de Landau in del Pfalz, próxima à fronteira com França e Luxemburgo.

A planta continua em operação enquanto uma comissão analisa sua segurança. De acordo com o New York Times, outros dois projetos similares trouxeram preocupações também similares: um na Califórnia, que está em exame pelo Ministério da Energia dos EUA; outro, na Suíça, fechado por ter causado terremotos em 2006 e 2007, que aguarda a decisão de um grupo de cientistas para ser ou não reaberto.

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