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Plantão

Programa de computador reconstrói línguas extintas

Com informações da BBC e Univ.Berkeley - 13/02/2013


Línguas ressuscitadas

Cientistas desenvolveram um novo software capaz de reconstruir as chamadas línguas extintas, a partir de qual os idiomas atuais se originaram.

Essa verdadeira "Pedra de Roseta" informatizada consegue reconstruir as proto-linguagens, idiomas a partir dos quais as línguas atuais derivaram.

Atualmente, as reconstruções de línguas mortas são feitas por linguistas, em um processo lento e trabalhoso.

"Para um ser humano, analisar toda essa informação é algo que consome muito tempo. Há milhares de línguas, com milhares de palavras. Isso sem mencionar os idiomas que deram origem a elas," disse Dan Klein, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, e um dos coordenadores do estudo.

"Seriam preciso centenas anos para analisar a fundo todas essas línguas, para cruzar referências de todas as mudanças que ocorreram. Então, é aí que o computador mostra seu brilho," completou.

Árvore das línguas

Para desenvolver o programa, os pesquisadores usaram 637 línguas faladas atualmente na Ásia e no Pacífico e, assim, recriaram a língua a partir da qual elas nasceram.

A partir de uma base de 142 mil palavras, o programa conseguiu recriar essa língua primitiva, que segundo eles estimam, era falada há cerca de 7 mil anos, chamada Proto-Austronesiana.

O modelo computacional baseia-se na teoria linguística mais aceita hoje, de que as palavras evoluem ao longo dos ramos de uma árvore, de forma muito similar a uma árvore genealógica, refletindo relações linguísticas que evoluem ao longo do tempo, com as raízes representando as proto-línguas e as folhas representando as línguas modernas.

Utilizando um algoritmo conhecido como "Monte Carlo em cadeias de Markov", o programa ordena conjuntos de cognatos, palavras em línguas diferentes que partilham o mesmo som, história e origem, calculando as probabilidades de que conjunto seja derivado de alguma proto-língua.

Probabilidades

O programa teve um índice de acerto de 85% em relação ao trabalho feito manualmente pelos linguistas.

Assim, mesmo o método digital sendo bem mais rápido, os cientistas reconhecem que ele não substitui o trabalho dos estudiosos.

Isso porque o software pode analisar rapidamente uma grande quantidade de dados, mas não oferece o mesmo grau de precisão de um linguista.

"Nosso sistema não explica o porquê ou como algumas mudanças aconteceram, apenas que elas provavelmente aconteceram", afirma Klein.

Enquanto pesquisadores conseguem reconstruir línguas que datam de milhares de anos, ainda restam dúvidas sobre se seria possível ir além e recriar a primeira língua, de onde todas as outras se originaram.

Bibliografia:

Artigo: Automated reconstruction of ancient languages using probabilistic models of sound change
Autores: Alexandre Bouchard-Côté, David Hall, Thomas L. Griffiths, Dan Klein
Revista: Pnas
Vol.: Published online before print
DOI: 10.1073/pnas.1204678110
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