Raio de 768 km é o mais longo já registrado

Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/02/2022

Imagem de satélite do raio que cobriu uma área de 768 km.
[Imagem: WMO]

Maior e mais longo

A Organização Meteorológica Mundial (WMO) reconheceu dois novos recordes para o maior raio já registrado na Terra.

O recorde de maior distância coberta pelo mesmo raio foi registrado no sul dos EUA em abril de 2020, com uma extensão de cerca de 768 quilômetros, o que o tornou 60 quilômetros maior que o recorde anterior estabelecido no Brasil em 2018.

Já o título de raio mais duradouro - maior tempo do relâmpago brilhando - foi para um evento ocorrido em junho de 2020 que atravessou a fronteira entre o Uruguai e a Argentina e durou 17 segundos, ligeiramente mais duradouro do que os 16,73 segundos de um relâmpago ocorrido na Argentina no dia 4 de Março de 2019.

Os dois eventos recordistas ocorreram em regiões de grandes planícies, que facilitam a formação de grandes sistemas convectivos, que eventualmente fazem com que tempestades diferentes acabem se combinando, criando raios que se estendem por áreas muito extensas.

Mais longo (esquerda) e mais duradouro (direita) raios já registrados.
[Imagem: Michael J. Peterson et al. - 10.1175/BAMS-D-21-0254.1]

Megarraios

Em nenhum dos dois casos o raio fez contato com o solo, sendo eventos de elevada altitude, espalhando-se entre nuvens.

"Megarraios não ocorrem em tempestades comuns. Eles exigem nuvens eletrificadas expansivas que descarregam a taxas suficientemente baixas para facilitar relâmpagos horizontais únicos, que abrangem distâncias extraordinárias," escreveram Michael Peterson e seus colegas.

Raios tão extensos só podem ser medidos do espaço, por satélites geoestacionários. Isto faz com que existam incertezas sobre o tamanho real que os relâmpagos alcançaram. No caso do raio recordista, a incerteza estimada é de oito quilômetros.

"Deve-se notar que os tamanhos relatados pelo GLM [mapeador de raios geoestacionário] são apenas uma estimativa mínima para a verdadeira extensão e duração desses relâmpagos e os relâmpagos reais podem exceder esses valores aceitos," escreveu a equipe.

O registro de recordes mundiais de raios e relâmpagos só começou a ser feito em 2016, mas este monitoramento já mostrou que os super-raios são milhares de vezes mais fortes do que os raios normais.

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