Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/11/2025

Como reciclar PET
Pode estar no horizonte uma das novidades mais esperadas para a preservação do meio ambiente em geral, e para o campo da reciclagem em particular.
Cientistas japoneses desenvolveram uma técnica capaz de despolimerizar o PET, ou tereftalato de polietileno, o plástico amplamente utilizado em garrafas, têxteis, carpetes, cortinas etc. Justamente por isso, a força econômica por trás das indústrias que o utilizam tem inibido qualquer esforço para o controle do uso do PET, que vinha escapando também de todas as tentativas de reciclagem até agora.
O tradicional poliéster é formado por ligações éster repetidas, criadas pela reação de um ácido carboxílico e um álcool. O PET, em particular, consiste na ligação éster entre o ácido tereftálico e o etilenoglicol.
Agora, Youshu Jiang e colegas da Universidade Metropolitana de Tóquio, no Japão, criaram uma técnica de reciclagem química do PET, e uma técnica que pode ser aplicada em larga escala, por meio de processos industriais.
A reciclagem química consiste em um método de reciclagem no qual o material descartado é tratado quimicamente e convertido em outras substâncias químicas para reutilização. Neste caso, significa converter plásticos usados em matérias-primas que podem ser reutilizadas na fabricação do próprio material descartado.

Reciclagem química do PET
A equipe japonesa desenvolveu um método simples, sem o uso de ácidos ou bases, para a reciclagem química de garrafas PET e resíduos têxteis por despolimerização com álcool. O rendimento do processo variou de 99,7 a 99,9% de recuperação, mesmo em escala ampliada.
Trata-se de um sistema catalítico de ferro que produz exclusivamente os diésteres de ácido tereftálico correspondentes, ou seja, tereftalato de dimetila (DMT), tereftalato de dietila (DET), tereftalato de bis(hidroxietil) (BHET) etc. A adição de uma quantidade mínima de amina aumentou a atividade catalítica sem comprometer a seletividade.
O sistema catalítico, composto por cloreto de ferro III (FeCl3), um material barato e amplamente disponível, demonstrou desempenho catalítico superior a 120-180 °C. O método também permite a despolimerização seletiva do PET a partir de uma mistura de algodão e outros plásticos.
Este método de reciclagem química exclusiva de PET a partir de resíduos plásticos oferece uma solução promissora para alcançar uma economia circular, dizem os pesquisadores.