Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/05/2025
Diodo supercondutor
Pesquisadores japoneses conseguiram controlar a direção que a corrente elétrica percorre em um supercondutor, criando um diodo supercondutor - o diodo é um componente eletrônico básico, sendo que a junção de dois deles forma um transístor.
Ou seja, o novo componente combina a eficiência incomparável de um supercondutor, que conduz eletricidade sem resistência, com a flexibilidade e a controlabilidade de um semicondutor.
O fluxo da corrente elétrica em uma direção específica, um fenômeno conhecido como retificação, foi obtido em uma heterojunção, uma junção de dois materiais diferentes, neste caso, Fe(Se,Te) e FeTe.
"Quando se trata de supercondutores, a escolha do material é crucial," explicou Junichi Shiogai, da Universidade de Osaka. "O telureto de seleneto de ferro possui propriedades ideais, como alta temperatura de transição, campo magnético crítico e densidade de corrente crítica. Isso significa que a gama de parâmetros para os quais o efeito pode ocorrer é ampla, o que nos dá a melhor chance de sucesso."
De fato, quando a heteroestrutura é posta sob um campo magnético, há uma mudança significativa na direcionalidade da corrente. O efeito também aumenta com o aumento da intensidade do campo magnético e a diminuição da temperatura.
Vórtices quânticos assimétricos
Ao analisar os dados enquanto os parâmetros eram variados - intensidade do campo magnético e temperatura -, a equipe conseguiu elaborar uma explicação coerente para o efeito.
"Até agora, o mecanismo desse efeito tem sido um mistério," diz Shiogai. "Nossos experimentos revelam que a fixação de vórtices quânticos gerados pelo campo magnético desempenha um papel crucial."
A equipe descobriu que uma forte interação spin-órbita altera o potencial de fixação assimétrica, de modo que os vórtices permanecem mais presos em uma direção do que na outra, criando a quebra de simetria necessária para realizar a retificação. Esta hipótese foi confirmada pela forte correlação linear entre a eficiência do diodo e a intensidade da polarização.
"Estamos otimistas de que esses resultados podem ser aplicados para desenvolver um dispositivo de retificação ideal que abra caminho para eletrônicos de energia ultrabaixa construídos a partir de supercondutores," disse Shiogai.
De fato, a expectativa é que os diodos supercondutores reduzam drasticamente o uso de energia na computação. Uma curiosidade digna de nota é que o diodo supercondutor foi considerado impossível por quase um século, até que o primeiro deles fosse construído, em 2022.
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