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Mecânica

Sensor de fibra óptica que analisa qualidade do combustível chega à indústria

Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/12/2007

Sensor de fibra óptica que analisa qualidade do combustível chega à indústria

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) acaba de licenciar um novo sensor capaz de detectar fraudes em combustíveis ainda durante o abastecimento do veículo no posto de combustível.

Sensor no escapamento

Nos veículos bicombustíveis já existe um sensor que monitora o combustível, só que ele fica instalado no escapamento, o que possibilita a avaliação da mistura somente após a queima. "O ideal é ter o sensor no momento de entrada do combustível e não apenas na sua queima", afirma o professor Carlos Kenichi Suzuki, coordenador da pesquisa que deu origem ao novo sensor.

Sensor de fibras ópticas

Baseado em fibras ópticas especiais, diferentes daquelas utilizadas para a transmissão de dados digitais em telecomunicações, o sensor consegue medir em tempo real os valores de concentrações na mistura de álcool e gasolina, a eventual adição de água no álcool combustível ou a presença de produtos estranhos na gasolina.

Qualidade dos combustíveis

Além de detectar fraudes contra o consumidor, o novo sensor também será importante para a cadeia produtiva. Calibrado para identificar os componentes em frações de segundo, o sensor óptico permite conferir a qualidade do combustível enquanto ele corre pelo duto na indústria, nos depósitos das agências de distribuição e na chegada ao posto de gasolina. Os testes atuais levam até um hora para serem feitos.

Fibras ópticas especiais

É a primeira vez que a fibra óptica é utilizada para esta finalidade. O diferencial da tecnologia está em que a fibra óptica viabiliza o processo de análise de combustíveis líquidos mais pesados como diesel, biodiesel, entre outros.

Além disso, as fibras especiais utilizadas no novo sensor possibilitam uma análise mais eficiente dos combustíveis possíveis de serem analisados pela fibra convencional. "Não é preciso coletar uma amostra para analisá-la em laboratório", afirma o professor.

As fibras passivas - assim chamadas porque servem apenas como meio de transporte da informação - são usadas aos milhões de quilômetros por empresas de telecomunicações. Já as fibras especiais têm propriedades funcionais e, embora utilizadas em quantidades pequenas, agregam muito mais valor e tecnologia. "O uso delas tende a se expandir principalmente em processos de produção, de segurança e de automação," diz Suzuki.

Fibra amplificadora

As fibras especiais é que permitem, por exemplo, amplificar o sinal que as fibras passivas transportam. Em um cabo de transmissão de dados ou de telefonia, o sinal vai sendo absorvido durante o percurso, sofrendo deformação e redução de intensidade. Uma emenda com um sistema contendo alguns metros da fibra amplificadora será suficiente para regenerar o pulso.

Fibras sensoras

Igualmente especiais são as fibras sensoras. Segundo Suzuki, na área de engenharia, todas as estruturas agora devem ser inteligentes, protegidas contra problemas de pressão, tensão, vibração, deslocamento e temperatura - valores medidos e monitorados em tempo real.

A área de automação, de acordo com Carlos Suzuki, já depende muito destes sensores, especialmente na robótica. Como a tecnologia dos robôs industriais já está bem dominada, o professor afirma que as pesquisas estão focadas nos robôs humanóides, que requerem uma quantidade crescente de fibras ópticas sensoras.

Sensores para robôs

"O objetivo é fazer com que esses robôs reproduzam o que o homem é capaz de fazer. A Honda possui um humanóide dotado de giroscópios à base de fibra óptica capaz de detectar movimentos mínimos. Ao subir uma escada, o robô inclina o corpo como um humano. Mas, sem o dispositivo, ele perde o equilíbrio e cai".

A tecnologia foi licenciada para a empresa Click Automotiva, que deverá incorporá-la em suas tampas de combustível.

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