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Telescópio Euclides decola em busca do mistério da matéria escura e da energia escura

Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/07/2023

Telescópio Euclides decola em busca do mistério da matéria escura e da energia escura
O telescópio espacial criará um grande mapa da estrutura em grande escala do Universo através do espaço e do tempo, observando bilhões de galáxias até 10 bilhões de anos-luz de distância, em mais de um terço do céu.
[Imagem: ESA/Euclides/NASA-ESA-S. Beckwith (STScI)-HUDF]

Universo escuro

O telescópio espacial Euclides, da ESA (Agência Espacial Europeia) subiu ao espaço neste 1 de julho, a bordo de um foguete Falcon 9.

O lançamento bem-sucedido marca o início de mais um dentre uma série de esforços para tentar demonstrar que dois misteriosos componentes do nosso Universo - a matéria escura e a energia escura - são de fato reais, e não apenas teorias sem sustentação.

O telescópio observará bilhões de galáxias, localizadas a até 10 bilhões de anos-luz de distância, para criar o maior e mais preciso mapa 3D do Universo.

A expectativa é que esse mapa detalhado da forma, posição e movimento das galáxias revelará como a matéria está distribuída através de largas distâncias, para tentarmos ver como a expansão do Universo evoluiu ao longo da história cósmica - lembre-se que, de acordo com nossa compreensão atual do Universo, quanto mais distante está um corpo celeste, mais afastado ele está de nós no tempo, devido ao intervalo necessário para que sua luz chegasse até nós.

Essa história poderá então munir os astrônomos de elementos importantes para que eles possam inferir as propriedades da energia escura e da matéria escura, além de ajudar a desenvolver um melhor entendimento do papel da força da gravidade.

O observatório Euclides está equipado com um telescópio refletor de 1,2 metro, que alimentará dois instrumentos científicos: VIS (Câmara de comprimentos de onda visíveis) e NISP (Espetrômetro e fotômetro de infravermelhos próximos).

O primeiro será responsável por capturar imagens muito nítidas das galáxias ao longo de uma grande fração do céu, enquanto o segundo irá analisar a luz nos comprimentos de onda do infravermelho para estabelecer exatamente a distância de cada corpo celeste observado.

Telescópio Euclides decola em busca do mistério da matéria escura e da energia escura
Os dados do Euclides chegarão ao Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC) na Alemanha, através de estações terrestres em todo o mundo. Os dados brutos serão transmitidos ao Centro Europeu de Astronomia Espacial (ESAC) na Espanha. O Consórcio Euclides (EC) é uma organização que reúne mais de 2.000 pesquisadores em física teórica, astrofísica e astronomia espacial, além de engenheiros, técnicos e pessoal administrativo.
[Imagem: ESA ]

Consório Euclides

Os dados coletados serão analisados pelo Consórcio Euclides, um grupo de mais de 2.000 cientistas de mais de 300 institutos da Europa, EUA, Canadá e Japão.

À medida que a missão avançar, os conjuntos de dados do Euclides serão liberados para a comunidade científica global em uma base anual.

A partir de 2027, esses dados serão complementados por aqueles capturados pelo telescópio espacial Nancy Roman, da NASA, que irá observar uma parte menor do céu, mas em menor profundidade.

Há poucos dias, publicamos uma reportagem que faz uma comparação dos telescópios Euclides e Roman.

Telescópio Euclides decola em busca do mistério da matéria escura e da energia escura
L2 é um ponto de equilíbrio gravitacional do sistema Sol-Terra, que segue a Terra ao redor do Sol. Lá, o protetor solar do Euclides poderá bloquear sempre a luz do Sol, da Terra e da Lua, enquanto aponta seu telescópio para o espaço profundo, garantindo um alto nível de estabilidade para seus instrumentos.
[Imagem: ESA ]

Ponto L2

Nas próximas quatro semanas, O Euclides viajará na direção do segundo ponto de Lagrange Sol-Terra, um ponto de equilíbrio gravitacional localizado a 1,5 milhão de km da Terra (cerca de quatro vezes a distância da Terra à Lua) na direção oposta à do Sol. O equilíbrio entre os puxões gravitacionais da Terra e Sol também tornam essa órbita mais estável, exigindo menos combustível para qualquer manobra.

Quando a órbita estiver estável, começará a fase de comissionamento do observatório, que deverá durar cerca de dois meses, quando os controladores da missão verificarão todas as funções do veículo espacial, checando o funcionamento do telescópio e finalmente ligando os instrumentos científicos.

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