Logotipo do Site Inovação Tecnológica





Eletrônica

Digitador mental é controlado apenas pelo pensamento

Will Knight - NewScientist - 14/03/2006

Digitador mental é controlado apenas pelo pensamento

Um computador controlado apenas pelo poder do pensamento acaba de ser demonstrado em uma grande feira comercial na Alemanha.

O equipamento poderá ser uma opção para pacientes paralisados operarem computadores, ou para pessoas que sofreram amputação operarem membros artificiais controlados eletronicamente. Mas ele poderá ter também aplicações fora da área de saúde, como em jogos de computadores e na indústria de entretenimento.

O BBCI ("Berlin Brain-Computer Interface") - já apelidado de "digitador mental" - foi criado por pesquisadores do Instituto Fraunhofer e pela Charité, a escola de medicina da Universidade Humboldt, ambos em Berlim, Alemanha. O equipamento foi apresentado na feira de eletrônica CeBit, em Hanover.

A máquina torna possível digitar mensagens na tela de um computador por meio do controle mental do movimento de um cursor. O usuário deve vestir uma espécie de capacete, contendo eletrodos que medem a atividade elétrica do cérebro, um sinal conhecido como eletroencefalograma, e imaginar que está movimentando seu braço direito ou esquerdo de forma a fazer o cursor se mover.

"É uma sensação muito estranha," diz Gabriel Curio, da Charité. "E, pela multidão assistindo, você pode imaginar que o potencial é imenso."

Algoritmos de aprendizagem

Curio diz que os usuários podem operar o dispositivo em apenas 20 minutos, depois de efetuar 150 movimentos do cursor em suas mentes. Isto porque o equipamento aprende rapidamente a reconhecer a atividade na área do córtex motor de uma pessoa, a área do cérebro associada com o movimento. "O truque são os algoritmos de aprendizagem de máquina desenvolvidos no Instituto Fraunhofer," diz Curio.

John Chapin, um especialista em implantação de eletrodos para controle de computadores, concorda que a tecnologia de sensoriamento do eletroencefalograma está avançando rapidamente. "Tem havido muitoprogresso no esquema não-invasivo nos últimos anos," disse ele à New Scientist.

Os pesquisadores alemães esperam desenvolver uma versão comercial do dispositivo como auxílio para pacientes paralisados ou amputados.

Chapin acrescenta que as interfaces cérebro-computador poderão ter muitos usos além da área médica. "Sinais do cérebro dão a você a vantagem da rapidez," acrescenta ele.

O dispositivo poderá originar um novo controlador de jogos e ser utilizado de muitas outras formas. Os pesquisadores inclusive já começaram a testar a máquina para auxiliar a dirigir automóveis, já que ela pode sentir uma reação súbita e controlar os freios do veículo bem antes que o motorista o faça.

O próximo estágio é desenvolver um capacete que não precise ser conectado diretamente ao crânio. Isto deverá tornar o equipamento mais fácil de usar e causar menos irritação à pele do usuário.

Seguir Site Inovação Tecnológica no Google Notícias





Outras notícias sobre:
  • Interfaces
  • Sensores
  • Computadores
  • Saúde e Reabilitação

Mais tópicos