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Meio ambiente

Microbalança detecta deterioração em obras de arte

Júlio Bernardes - Agenusp - 18/04/2006

Microbalança detecta deterioração em obras de arte

Sensor de quartzo

Para registrar os efeitos oxidantes da atmosfera na decomposição de materiais orgânicos usados em obras de arte, o químico Andrea Cavicchioli desenvolveu um sensor baseado numa microbalança de quartzo.

O dispositivo registra alterações de peso em materiais como tintas, vernizes, colas e outros compostos, causadas pela interação com os microambientes dos espaços de exposição.

A microbalança é composta de um disco de quartzo de 0,5 centímetro de diâmetro por cerca de 0,1 milímetro de espessura, ligado a dois eletrodos de ouro.

"Para fazer o sensor, a substância a ser investigada é depositada no disco na forma de um filme", diz Cavicchioli, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP Leste. "O sensor então é posto dentro do ambiente que será monitorado e o disco registra como mudanças de peso (variação gravimétrica) a degradação do material."

Segundo o professor, "a partir das medições do sensor, é possível dizer se o ambiente é agressivo ou não para as obras de arte".

O aparelho, desenvolvido em colaboração com o pós-doutorando Carlos Neves, do Instituto de Química (IQ) da USP, ocupa, com toda a parte eletrônica, um volume de 10 x 15 x 2 centímetros, um pouco maior do que uma fita cassete de áudio.

"Atualmente, podem ser avaliadas até quatro substâncias diferentes ao mesmo tempo, como tintas, vernizes e colas, número que poderá ser aumentado com sua miniaturização", relata Cavicchioli. "Também está em desenvolvimento o uso do sensor para materiais metálicos."

Decomposição

Os radicais-livres da atmosfera estão entre os principais responsáveis pela decomposição de matéria orgânica, explica o professor. "Sua formação depende principalmente de luz e dos níveis de certos poluentes, como o ozônio", alerta, "mas é possível que a temperatura e a umidade também atuem nesse processo".

Segundo o pesquisador, a tendência atual é descobrir se existem fatores de risco para as obras de arte antes que os danos aconteçam. "Os museus possuem medidores de temperatura e umidade, mas que não detectam diretamente alterações nas características dos objetos."

Os testes de laboratório do sensor foram realizados em colaboração com aequipe da professora Dalva de Faria, do IQ. "Foram utilizadas técnicas não-destrutivas de análise de objetos para validar as medições", diz a professora.

"A técnica despertou o interesse de pesquisadores da Inglaterra, Itália, Suécia e Polônia, que pretendem aplicá-la para monitorar a corrosão de ligas de chumbo em órgãos com tubos feitos do material, instalados em igrejas."

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