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Informática

Cientistas simulam organismo vivo em computador

Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/03/2006

Cientistas simulam organismo vivo em computador

As simulações em computador desempenham hoje um papel fundamental na indústria e na pesquisa científica, permitindo aos pesquisadores testar em computador desde aviões, até a formulação de novos compostos químicos.

Mas organismos vivos estão numa escala de complexidade muito superior aos aviões mais modernos. É por isto que, até hoje, os ratos de laboratório não foram substituídos por simulações computadorizadas. Ainda não o serão por muito tempo. Mas o caminho agora começou a ser desbravado.

Cientistas das Universidades de Illinois e da Califórnia, Estados Unidos, trabalhando conjuntamente, conseguiram elaborar a primeira simulação em computador de uma forma de vida completa - neste caso, do vírus do mosaico do fumo.

Os vírus são formas de vida extremamente primitivas, tanto que vários cientistas os chamam de partículas e não de organismos. Mas, até hoje, os cientistas só haviam conseguido simular pequenas partes de células vivas - proteínas, por exemplo. Simular um vírus completo é um salto significativo. Ainda que, dentre os vírus, o causador do mosaico do fumo seja pequeno e simples.

Segundo os cientistas, o entendimento completo do funcionamento dos vírus poderá não apenas ajudar na criação de melhores medicamentos contra todos os tipos de doenças causadas por eles, mas também permitirá a criação de nanomáquinas artificiais feitas de cápsides - pequenas capas protéicas que contêm uma base viral de construção, um genoma, na forma de DNA ou RNA.

Os cientistas criaram um programa de computador para fazer uma engenharia reversa da dinâmica de todos os átomos constituintes do vírus e de uma pequena gota de água salgada circundando-o. Juntos, o vírus e a gota d'água contêm mais de um milhão de átomos.

Ainda que a simulação mostre a vida do vírus apenas por um breve instante, ela exigiu um dos maiores supercomputadores dos Estados Unidos para rodar. "Apesar disso, a simulação elucidou as propriedades físicas fundamentais da partícula viral, assim como forneceu informações cruciais sobre sua montagem," disse o cientista Peter Freddolino.

"Ainda vai levar um longo tempo para simularmos um cachorro balançando seu rabo no computador," disse Klaus Schulten, outro participante da pesquisa. "Mas foi dado um enorme primeiro passo para 'testar em vôo' organismos vivos."

Bibliografia:

Artigo: Molecular Dynamics Simulations of the Complete Satellite Tobacco Mosaic Virus
Autores: Peter L. Freddolino, Anton S. Arkhipov, Steven B. Larson, Alexander McPherson, Klaus Schulten
Revista: Structure
Data: March 2006
Vol.: Vol 14, 437-449
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