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Materiais Avançados

Dedo sujo no equipamento leva a descoberta de nanofibras

Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/01/2006

Dedo sujo no equipamento leva a descoberta de nanofibras

Uma irritante marca de dedo deixada sobre um pequeno instrumento de laboratório. Foi o que Pratik Mankidy, cientista da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, descobriu, quando analisava uma amostra sob um microscópio eletrônico. Mas o que ele estava ainda por descobrir fez desaparecer toda a irritação que o fato poderia suscitar. Ainda mais que, depois, ele descobriu que a impressão digital era dele próprio.

A pequena peça havia tido contato com "Super Cola", ou cianoacrilato, um material biologicamente compatível, largamente utilizado em suturas médicas, injeção de medicamentos e também em alguns tratamentos avançados contra o câncer.

A descoberta começou quando Mankidy verificou que, entre as linhas da impressão digital, haviam crescido nanofibras, um novo material promissor, que deverá ter larga utilização em filtrações avançadas - em laboratório e na indústria - assim como no tratamento de ferimentos, bioensaios e outras aplicações médicas.

O passo a seguir, que contou com a participação de outros pesquisadores, foi descobrir quais constituintes da impressão digital iniciaram a polimerização do cianoacrilato, ou seja, a formação das nanofibras.

Eles criaram impressões digitais artificiais, a partir de uma mistura de sal de cozinha, um polímero iniciador, com um polímero não iniciador, o ácido linoléico, presente nos dedos. A seguir, eles expuseram as falsas marcas de dedo à vaporização por cianoacrilato, uma técnica que os policiais utilizam para recolher impressões digitais.

O resultado foi o crescimento de nanofibras parecidas com aquelas que cresceram junto à impressão digital de Mankidy. Eles vaporizaram cianoacrilato também sobre iniciadores puros, e descobriram que o hidróxido de sódio, o hidróxido de potássio e o acetato de potássio formam películas do polímero parecidas com tortellini. Já o hidróxido de amônia formou nanoesferas.

Os pesquisadores afirmam que o papel desempenhado pelos componentes não iniciadores ainda não é completamente entendido e eles terão que fazer novos experimentos para desvendar inteiramente o processo.

Mas eles já sabem que seu novo método de crescimento de nanofibras é mais fácil e mais versátil do que os métodos atualmente disponíveis, como o "electrospinning" (tecelagem eletrostática) ou moldes. Esses métodos já são utilizados para a fabricação comercial de nanofibras.

Eles afirmam também que, embora suas experiências tenham sido feitas com cianoacrilato, qualquer polímero que se solidifique sob a ação de um catalisador poderá ser utilizado no novo processo.

Bibliografia:

Artigo: Facile Catalytic Growth of Cyanoacrylate Nanofibers
Autores: Pratik J. Mankidy, Ramakrishnan Rajagopalan, Henry C. Foley
Revista: Chemical Communications
Data: 26 Janeiro, 2006
DOI: DOI: 10.1039/b514600c
Link: http://xlink.rsc.org/?DOI=B514600C
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