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Eletrônica

Píxel atinge maior resolução possível para o olho humano

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/10/2025

Píxel atinge maior resolução possível para o olho humano
Os nanopíxeis (direita) têm dimensões equivalentes aos dos fotorreceptores da retina humana - não dá para enxergar nada menor.
[Imagem: Santosa et al. - 10.1038/s41586-025-09642-3]

Resolução definitiva

Engenheiros suecos desenvolveram os menores píxeis já fabricados, criando uma tela com a mais alta resolução possível para o olho humano perceber - não adianta miniaturizar mais os píxeis porque os humanos não perceberão qualquer ganho adicional.

Os minúsculos píxeis reproduzem cores de modo passivo, sem gastar energia, usando nanopartículas cujas dimensões e posicionamento controlam a dispersão da luz. Apesar da passividade, as propriedades ópticas das nanopartículas podem ser ajustadas eletricamente, o que permite seu uso para criar telas totalmente funcionais, com uma tecnologia similar à usada nos leitores de livros eletrônicos.

Esta inovação abre caminho para a criação de mundos virtuais visualmente indistinguíveis da realidade.

"A tecnologia que desenvolvemos pode proporcionar novas maneiras de interagir com a informação e o mundo ao nosso redor. Ela pode expandir as possibilidades criativas, aprimorar a colaboração remota e até mesmo acelerar a pesquisa científica," disse Kunli Xiong, da Universidade de Upsalla, que desenvolveu os píxeis com colegas das universidades Chalmers e Gotemburgo.

A equipe batizou seu protótipo de "papel eletrônico retina", e demonstrou que ele pode ser colocado junto ao olho e mostrar imagens nítidas.

Píxel atinge maior resolução possível para o olho humano
Comparação de "O Beijo", de Gustav Klimt, com o papel eletrônico retina e um celular. O papel eletrônico tem aproximadamente 1/4000 do tamanho da tela do celular.
[Imagem: Santosa et al. - 10.1038/s41586-025-09642-3]

Cores estruturais

Os nanopíxeis são formados por nanopartículas de óxido de tungstênio (WO3). As cores emitidas podem ser ajustadas alterando o tamanho das partículas e seu posicionamento em relação umas às outras. Criando píxeis nas cores vermelho, verde e azul, torna-se possível então gerar todas as cores. Ao aplicar uma voltagem fraca, as partículas podem ser "desligadas", ficando pretas e apagando a tela.

Para demonstrar o desempenho da tecnologia de nanopíxel, os pesquisadores recriaram uma imagem da obra de arte "O Beijo", de Gustav Klimt, em uma superfície de aproximadamente 1,4 x 1,9 milímetro - para comparação, isso significa que a imagem era 4.000 vezes menor do que a tela de um celular padrão.

A tela é passiva, o que significa que ela não contém sua própria fonte de luz. Em vez disso, as cores dos píxeis aparecem quando a luz ambiente atinge pequenas estruturas em uma superfície, a chamada cor estrutural, ou cor física, a mesma que dá a coloração vívida às asas de pássaros e borboletas.

"Este é um grande avanço no desenvolvimento de telas que podem ser reduzidas a um tamanho miniatura, melhorando a qualidade e reduzindo o consumo de energia. A tecnologia precisa ser aprimorada ainda mais, mas acreditamos que o papel eletrônico retina desempenhará um papel importante em sua área e, eventualmente, terá impacto em todos nós," disse Giovanni Volpe, da Universidade de Gotemburgo.

Píxel atinge maior resolução possível para o olho humano
Os menores píxeis já fabricados são formatos por nanodiscos de óxido de tungstênio, e refletem passivamente a luz.
[Imagem: Santosa et al. - 10.1038/s41586-025-09642-3]

Nanopíxel

A resolução de uma tela - e, portanto, o quão realistas suas imagens nos parecem - é determinada pelo tamanho e pelo número de píxeis que a formam.

Na realidade virtual ou aumentada, onde a tela é pequena e fica próxima ao olho, a experiência do usuário tem mais limitações pelo fato de que os píxeis hoje não podem ser miniaturizados o suficiente. Por exemplo, em uma tela de micro-LED, os píxeis começam a se degradar quando se tornam menores do que um micrômetro.

Os píxeis de nanopartículas desenvolvidos agora têm cerca de metade disso, aproximadamente 560 nanômetros de diâmetro.

Os pesquisadores demonstraram o potencial desses nanopíxeis usando-os para fabricar um novo tipo de papel eletrônico - uma tela reflexiva. A área total da tela é comparável ao tamanho da pupila humana, com uma resolução de mais de 25.000 ppi (píxeis por polegada).

"Isso significa que cada píxel corresponde aproximadamente a um único fotorreceptor no olho, ou seja, as células nervosas da retina que convertem luz em sinais biológicos. Os humanos não conseguem perceber uma resolução maior do que essa," disse Andreas Dahlin, da Universidade Chalmers.

Bibliografia:

Artigo: Video-rate tunable colour electronic paper with human resolution
Autores: Ade Satria Saloka Santosa, Yu-Wei Chang, Andreas B. Dahlin, Lars Osterlund, Giovanni Volpe, Kunli Xiong
Revista: Nature
DOI: 10.1038/s41586-025-09642-3
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