Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/12/2025

Nano-OLEDs
Pesquisadores suíços conseguiram miniaturizar em várias ordens de magnitude os LEDs orgânicos, ou OLEDs, que se tornaram os elementos fundamentais das telas de TVs e celulares.
OLEDs, ou diodos emissores de luz orgânicos, são chips eletrônicos feitos de materiais semicondutores que convertem corrente elétrica em luz - eles são chamados orgânicos porque os elementos básicos são moléculas à base de carbono e nitrogênio.
"O diâmetro dos menores píxeis de OLED que desenvolvemos está na faixa de 100 nanômetros, o que significa que eles são cerca de 50 vezes menores do que os da tecnologia atual," contou Jiwoo Oh, do Instituto Federal de Tecnologia (ETH) de Zurique, na Suíça.
"Em um único passo, a densidade máxima de píxeis agora é cerca de 2.500 vezes maior do que antes," acrescentou seu colega Tommaso Marcato.
Se mesmo isto não lhe impressiona, vale lembrar que a famosa Lei de Moore, que governa a miniaturização dos computadores há décadas, propõe que o número de transístores em um chip leva dois anos para ser multiplicado por dois.

Membranas cerâmicas
Hoje, a fabricação de OLEDs é feita depositando as moléculas emissoras de luz sobre as pastilhas de silício usando uma técnica de vaporização. Isso exige máscaras metálicas relativamente grossas, que resultam em píxeis correspondentemente maiores do que o desejável.
O avanço obtido pela equipe foi obtido graças ao uso de um material cerâmico especial: "O nitreto de silício pode formar membranas muito finas, porém resistentes, que não cedem em superfícies com apenas alguns milímetros quadrados," explicou Oh.
Consequentemente, os pesquisadores conseguiram produzir moldes para a colocação dos nanopíxeis de OLED que são cerca de 3.000 vezes mais finos. "Nosso método também tem a vantagem de poder ser integrado diretamente aos processos de litografia padrão para a produção de chips de computador," disse o pesquisador.
Pequenos o suficiente para microscópios
Em seu protótipo de demonstração, a equipe montou o logotipo da Universidade usando 2.800 dos seus novos nano-OLEDs, e a coisa toda ficou do tamanho de uma célula humana.
Não por acaso, além de preverem um novo salto na resolução das telas e monitores, os pesquisadores afirmam que, nessa escala, os nano-OLEDs passam a ser interessantes para a microscopia.
"Uma matriz de nanopíxeis como fonte de luz poderia iluminar as áreas mais minúsculas de uma amostra - as imagens individuais poderiam então ser reunidas em um computador para fornecer uma imagem extremamente detalhada," disse Oh, acrescentando que também vê os nanopíxeis como potenciais sensores minúsculos, que poderão detectar sinais de células nervosas individuais, por exemplo.