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Não, não é Saturno; estes são os anéis de Netuno

Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/09/2022

Anéis de Netuno vistos pelo telescópio Webb
Só a sonda Voyager 2 tinha feito uma imagem tão nítida de Netuno.
[Imagem: NASA/ESA/CSA/STScI]

Anéis de Netuno

O telescópio espacial Webb capturou a visão mais clara dos anéis de Netuno desde que fomos até lá, e suas câmeras revelaram o gigante de gelo sob uma luz totalmente nova.

O mais impressionante na nova imagem é a visão nítida dos anéis do planeta - alguns dos quais só foram detectados quando a sonda Voyager 2 se tornou a primeira espaçonave a sobrevoar Netuno, em 1989.

Além de vários anéis estreitos e brilhantes, a imagem do Webb mostra claramente as faixas de poeira mais fracas de Netuno.

Localizado 30 vezes mais longe do Sol do que a Terra, Netuno orbita na região remota e escura do Sistema Solar externo. A essa distância, o Sol é tão pequeno e fraco que o meio-dia em Netuno é semelhante a um crepúsculo na Terra.

O planeta é caracterizado como um gigante de gelo devido à composição química de seu interior. Comparado com os gigantes gasosos, Júpiter e Saturno, Netuno é muito mais rico em elementos mais pesados do que o hidrogênio e o hélio. Isso é facilmente perceptível na aparência azul da assinatura de Netuno nas imagens em luz visível feitas pelo telescópio espacial Hubble - o azulado é produzido por pequenas quantidades de metano gasoso.

A câmera do Webb não enxerga em luz visível, mas em infravermelho, de modo que Netuno não parece azul para o Webb. Na verdade, o gás metano absorve tão fortemente a luz vermelha e infravermelha que o planeta fica bastante escuro nos comprimentos de onda do infravermelho próximo, exceto onde nuvens de alta altitude estão presentes.

Também pode ser vista uma linha fina de brilho circulando o equador do planeta, que pode ser a assinatura visual da circulação atmosférica global que alimenta os ventos e tempestades de Netuno. A atmosfera desce e aquece no equador e, portanto, brilha em comprimentos de onda infravermelhos mais do que os gases circundantes, mais frios.

Anéis de Netuno vistos pelo telescópio Webb
O ponto brilhante na imagem não é uma estrela, mas a lua Tritão.
[Imagem: NASA/ESA/CSA/STScI]

Não, isto não é uma estrela, é uma lua

A órbita de 164 anos de Netuno significa que seu pólo norte está fora da vista, mas as imagens do Webb sugerem um brilho intrigante nessa área. Um vórtice anteriormente conhecido no Pólo Sul é evidente na nova imagem, mas pela primeira vez foi revelada uma faixa contínua de nuvens de alta latitude ao seu redor.

O telescópio Webb também capturou sete das 14 luas conhecidas de Netuno. Mas o grande destaque é o ponto de luz muito brilhante acima de Netuno. Não, não é uma estrela distante, mas Tritão, a grande e incomum lua de Netuno. Coberta por nitrogênio condensado, Tritão reflete uma média de 70% da luz solar que a atinge.

A lua supera em muito o brilho de Netuno nesta imagem porque a atmosfera do planeta é escurecida pela absorção de metano no comprimento de onda do infravermelho próximo.

Tritão orbita Netuno em uma órbita retrógrada, levando os astrônomos a especular que esta lua era originalmente um objeto do cinturão de Kuiper que foi capturado gravitacionalmente por Netuno.

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