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Energia

Glicose do corpo gera eletricidade para implantes médicos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/06/2022

Célula de combustível ultrafina usa açúcar do corpo para gerar eletricidade
Chip de silício com 30 microcélulas de combustível de glicose individuais.
[Imagem: Kent Dayton]

Combustível do corpo para gerar eletricidade

A glicose é o combustível que alimenta cada célula do nosso corpo, produzida conforme metabolizamos os alimentos em açúcar.

Então, será que não poderíamos usar a mesma glicose para alimentar implantes médicos e outros equipamentos que nos ajudarão a monitorar nossa saúde no futuro?

A resposta é um retumbante sim, garantem Philipp Simons e seus colegas do MIT, nos EUA, e da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha.

Para isso, Simons projetou um novo tipo de célula de combustível que converte a glicose diretamente em eletricidade.

O gerador mede apenas 400 nanômetros de espessura, ou cerca de 1/100 do diâmetro de um fio de cabelo humano. Ao "queimar" glicose como combustível, a célula gera cerca de 43 microwatts de eletricidade por centímetro quadrado, alcançando a maior densidade de energia de qualquer célula de combustível de glicose já demonstrada até hoje sob condições ambientais.

A biocélula também é resistente, capaz de suportar temperaturas de até 600 ºC, o que é importante porque significa que ela permanecerá estável através do processo de esterilização de alta temperatura necessário para os dispositivos implantáveis.

Célula de combustível ultrafina usa açúcar do corpo para gerar eletricidade
A grande vantagem da nova célula de glicose é a sua "alma de cerâmica".
[Imagem: Philipp Simons et al. - 10.1002/adma.202109075]

Célula de cerâmica

A equipe não é a primeira a propor ou construir uma célula de combustível de glicose, que foi introduzida na década de 1960, desde então mostrando potencial para converter a energia química da glicose em energia elétrica.

Mas as células de combustível de glicose tipicamente se basearam em polímeros macios e frágeis, sendo deixadas de lado quando surgiram as baterias de lítio, que se tornaram a fonte de energia padrão para implantes médicos, principalmente o marcapasso cardíaco.

O coração desta célula de combustível de glicose, por outro lado, é feito de cerâmica, um material que mantém suas propriedades eletroquímicas mesmo em altas temperaturas e escalas em miniatura.

Os pesquisadores preveem que será possível fabricá-la na forma de filmes ou revestimentos ultrafinos, posteriormente enrolados em implantes para alimentar passivamente a eletrônica, usando o abundante suprimento de glicose do corpo.

Célula de combustível ultrafina usa açúcar do corpo para gerar eletricidade
Esquema de funcionamento da célula a combustível de glicose.
[Imagem: Philipp Simons et al. - 10.1002/adma.202109075]

Célula a combustível de glicose

O projeto básico de uma célula de combustível de glicose consiste em três camadas: Um ânodo superior, um eletrólito intermediário e um cátodo inferior. O ânodo reage com a glicose nos fluidos corporais, transformando o açúcar em ácido glucônico.

Essa conversão eletroquímica libera um par de prótons e um par de elétrons, que são separados pelo eletrólito, que conduz os prótons através da célula de combustível, onde eles se combinam com o ar para formar moléculas de água - um subproduto inofensivo que o próprio corpo se incumbe de lidar. Enquanto isso, os elétrons isolados fluem para um circuito externo, onde podem ser usados para alimentar um dispositivo eletrônico.

Bibliografia:

Artigo: Ceramic-Electrolyte Glucose Fuel Cell for Implantable Electronics
Autores: Philipp Simons, Steven A. Schenk, Marco A. Gysel, Lorenz F. Olbrich, Jennifer L. M. Rupp
Revista: Advanced Materials
DOI: 10.1002/adma.202109075
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