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Descobertas estrelas com menor metalicidade que se conhece

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/01/2022

Descobertas estrelas com menor metalicidade que se conhece
Distribuição de grupos muito densos de estrelas na Via Láctea, chamados de aglomerados globulares, sobrepostos em um mapa da Via Láctea compilado pelo Observatório Espacial Gaia. Cada ponto representa um aglomerado de alguns milhares a vários milhões de estrelas, e a cor dos pontos mostra sua metalicidade.
[Imagem: N. Martin/Strasbourg Astronomical Observatory/CNRS/Coelum/ESA/DPAC]

Metalicidade das estrelas

Cerca de 98,5% do Sol é composto por apenas dois elementos químicos leves: Hidrogênio e hélio. Os restantes 1,5% consistem de alguns poucos elementos mais pesados, como carbono, oxigênio e ferro.

A abundância desses elementos mais pesados em uma estrela é chamada de "metalicidade", e seu percentual e varia de estrela para estrela.

Para surpresa dos próprios astrônomos, contudo, acaba de ser descoberta em nossa galáxia uma estrutura estelar formada exclusivamente de estrelas com metalicidade extremamente baixa.

O conteúdo de elementos pesados nessas estrelas é 2.500 vezes menor que o do Sol, bem abaixo de qualquer outra estrutura estelar conhecida na própria Via Láctea ou fora dela.

Este grupo de estrelas pertence a uma estrutura estelar da Via Láctea chamada C-19.

Janela para o passado

Esta descoberta desafia frontalmente nosso entendimento e os modelos que os cientistas usam para explicar a formação desses agrupamentos estelares, que excluem a existência de estruturas compostas apenas por estrelas de metalicidade tão baixa.

Por outro lado, a nova estrutura abre uma janela única e direta para observamos as idades mais antigas de formação e desenvolvimento de estruturas estelares em um passado muito distante.

Como se acredita os elementos químicos mais pesados foram produzidos por gerações sucessivas de estrelas muito grandes, a metalicidade muito baixa das estrelas na estrutura C-19 só pode ser explicada por elas terem-se formado muito pouco tempo após o nascimento do Universo.

Bibliografia:

Artigo: A stellar stream remnant of a globular cluster below the metallicity floor
Autores: Nicolas F. Martin, Kim A. Venn, David S. Aguado, Else Starkenburg, Jonay I. González Hernández, Rodrigo A. Ibata, Piercarlo Bonifacio, Elisabetta Caffau, Federico Sestito, Anke Arentsen, Carlos Allende Prieto, Raymond G. Carlberg, Sébastien Fabbro, Morgan Fouesneau, Vanessa Hill, Pascale Jablonka, Georges Kordopatis, Carmela Lardo, Khyati Malhan, Lyudmila I. Mashonkina, Alan W. McConnachie, Julio F. Navarro, Rubén Sánchez-Janssen, Guillaume F. Thomas, Zhen Yuan, Alessio Mucciarelli
Revista: Nature
DOI: 10.1038/s41586-021-04162-2
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