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Descoberto maior asteroide potencialmente perigoso em oito anos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/10/2022

Descoberto maior asteroide potencialmente perigoso em oito anos
Um dos asteroides tem o maior efeito relativístico conhecido até agora.
[Imagem: DOE/FNAL/DECam/CTIO/NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine]

Assassinos de planetas

Observações durante uma estreita janela de 10 minutos, antes do crepúsculo, permitiram aos astrônomos detectar três asteroides próximos da Terra (OPTs) escondidos pelo brilho do Sol.

Esses OPTs fazem parte de uma população difícil de visualizar porque eles se escondem dentro das órbitas da Terra e de Vênus, uma região notoriamente difícil de ser observada porque os telescópios precisam ficar apontados contra o brilho do Sol.

Aproveitando condições de observação muito breves, mas em um dia particularmente favorável, durante o crepúsculo, os astrônomos encontraram um trio deles nunca antes visto.

Um dos asteroides é o maior objeto potencialmente perigoso para a Terra descoberto nos últimos oito anos. Com 1,5 quilômetro de diâmetro, o agora batizado 2022 AP7e tem uma órbita que pode um dia colocá-lo no caminho da Terra, com um risco de choque.

Os outros asteroides, chamados 2021 LJ4 e 2021 PH27, têm órbitas que os mantêm completamente no interior da órbita da Terra, onde não representam nenhum perigo.

"Nossa pesquisa crepuscular está vasculhando a área dentro das órbitas da Terra e Vênus em busca de asteroides," disse Scott Sheppard, membro da equipe. "Até agora encontramos dois grandes asteroides próximos da Terra, com cerca de 1 quilômetro de diâmetro, um tamanho que chamamos de assassinos de planetas. Apenas cerca de 25 asteroides com órbitas completamente dentro da órbita da Terra foram descobertos até hoje devido à dificuldade de observar perto do brilho do Sol."

Precessão

Outro detalhe interessante é que o 2021 PH27 é o asteroide conhecido mais próximo do Sol. Com isso, eles tem os maiores efeitos da Relatividade Geral de qualquer objeto em nosso Sistema Solar e, durante sua órbita, sua superfície fica quente o suficiente para derreter chumbo.

A Teoria Geral da Relatividade de Einstein explica como objetos massivos distorcem o tecido do espaço-tempo e como isso influencia o movimento dos objetos no Universo. Em nosso Sistema Solar, essa influência pode ser medida diretamente como, por exemplo, a precessão da órbita do planeta Mercúrio, que não pode ser explicada com precisão usando apenas a física newtoniana.

Como o asteroide está tão perto do campo gravitacional do Sol, ele sofre efeitos relativísticos, que são vistos em um ligeiro desvio angular em sua órbita ao longo do tempo - este é o movimento chamado precessão.

Encontrar asteroides no interior do Sistema Solar é um desafio observacional. Os astrônomos têm apenas duas breves janelas de 10 minutos a cada noite para examinar esta área. Além disso, essas observações estão muito próximas do horizonte, o que significa que é preciso observar através de uma espessa camada da atmosfera da Terra, que pode borrar e distorcer as observações dos asteroides, tipicamente muito pequenos e pouco brilhantes.

A descoberta anunciada agora foi feita por uma equipe internacional usando a DECam (Dark Energy Camera) montada no telescópio Véctor Blanco, em Cerro Tololo, no Chile.

Bibliografia:

Artigo: A Deep and Wide Twilight Survey for Asteroids Interior to Earth and Venus
Autores: Scott S. Sheppard, David J. Tholen, Petr Pokorný, Marco Micheli, Ian Dell'Antonio, Shenming Fu, Chadwick A. Trujillo, Rachael Beaton, Scott Carlsten, Alex Drlica-Wagner, Clara Martínez-Vázquez, Sidney Mau, Toni Santana-Ros, Luidhy Santana-Silva, Cristóbal Sifón, Sunil Simha, Audrey Thirouin, David Trilling, A. Katherina Vivas, Alfredo Zenteno
Revista: The Astronomical Journal
Vol.: 164, Number 4
DOI: 10.3847/1538-3881/ac8cff
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