Com informações do ESO - 23/06/2025
Galáxia em mil cores
Astrônomos apresentaram uma nova imagem que eles afirmam ser uma obra-prima galáctica: Uma imagem extremamente detalhada que revela características da Galáxia do Escultor que nunca tinham sido observadas anteriormente.
O telescópio VLT, no Chile, permitiu observar esta galáxia em milhares de cores simultaneamente. Com a obtenção de uma enorme quantidade de dados em cada local da galáxia, foi possível criar um retrato que mostra o estágio de vida das suas estrelas.
Os elementos constituintes de uma galáxia - estrelas, gás e poeira - emitem radiação em diferentes comprimentos de onda, ou cores. Assim, quanto mais tons de cor tivermos em uma imagem, mais podemos aprender sobre o seu funcionamento interno. Enquanto as imagens convencionais apresentam apenas algumas cores, este novo mapa da Galáxia do Escultor mostra milhares, dando assim aos astrônomos todas as informações necessárias relativas às estrelas, ao gás e à poeira existente no seu interior, tais como idade, composição e movimento.
"As galáxias são muitíssimo complexas e ainda estamos tentando compreendê-las," diz Enrico Congiu, do Observatório Europeu do Sul (ESO). "Com centenas de milhares de anos-luz de dimensão, são sistemas extremamente grandes, mas a sua evolução depende do que se passa em escalas muito menores. A Galáxia do Escultor está em um ponto ideal: Ela se encontra suficientemente perto da Terra para podermos observar a sua estrutura interna e estudar os seus blocos constituintes com um detalhe extraordinário; mas, ao mesmo tempo, ela é suficientemente grande para podermos vê-la ainda como um sistema completo."
Zoom galáctico
Para criar este mapa da Galáxia do Escultor, situada a 11 milhões de anos-luz de distância da Terra e também conhecida como NGC 253, os astrônomos fizeram mais de 50 horas de observações com o instrumento MUSE (Multi Unit Spectroscopic Explorer) montado no VLT. Foram mais de 100 exposições para cobrir uma área da galáxia com cerca de 65.000 anos-luz.
E é exatamente isso o que faz deste mapa uma importante fonte de pesquisa: "Podemos aproximar-nos, quase à escala das estrelas individuais, e estudar regiões onde as estrelas se formam, mas também podemos afastar-nos e estudar a galáxia como um todo," disse Kathryn Kreckel, da Universidade de Heidelberg, na Alemanha.
Durante a primeira análise dos dados obtidos, a equipe descobriu cerca de 500 nebulosas planetárias, regiões de gás e poeira liberadas por estrelas semelhantes ao Sol que estão morrendo no interior da Galáxia do Escultor - normalmente, esse número não passa de 100 para galáxias nessa distância, conta Fabian Scheuermann, da Universidade de Heidelberg.
Devido às suas propriedades, as nebulosas planetárias podem ser usadas como marcadores de distância das galáxias que onde estão. "Encontrar nebulosas planetárias nos permite determinar a distância até a galáxia que as abriga - uma informação crucial da qual dependem os demais estudos levados a cabo sobre essa galáxia," disse Adam Leroy, da Universidade do Estado de Ohio, nos EUA.
Os futuros trabalhos de pesquisa incluirão utilizar este novo mapa para explorar a forma como o gás flui, altera a sua composição e forma estrelas em toda a Galáxia do Escultor.
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