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Hélio escapa da extinção: Geólogos descobrem onde procurar o gás nobre

Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/06/2016

Hélio escapa da extinção: Geólogos descobrem onde procurar o gás nobre
Pesquisador coletando gás hélio que borbulha de uma fonte na Tanzânia - as bolhas contêm cerca de 10% de hélio.
[Imagem: Pete Barry]

Descoberta intencional

Geólogos desenvolveram o primeiro método de pesquisa sistemático para descobrir um dos maiores campos de gás hélio do mundo, associados a vulcões no "Vale da Fenda", na Tanzânia.

Esta é a primeira vez que o gás nobre hélio, tido como "ameaçado de extinção", foi encontrado intencionalmente, abrindo o caminho para a descoberta de outras reservas em outras partes do mundo.

Também conhecida como Vale do Rift, ou Rift Valley, a região onde o hélio foi encontrado é um complexo de falhas tectônicas criado há cerca de 35 milhões de anos com a separação das placas tectônicas africana e arábica.

Minas de hélio

Até hoje depósitos de hélio só haviam sido descobertos acidentalmente, e em pequenas quantidades, durante a perfuração para extração de petróleo e gás - o problema é que os geólogos não sabiam como associar o hélio a alguma estrutura geológica que lhes apontasse onde perfurar para procurar por ele.

Como não havia formas de encontrar novas minas, e as reservas do gás são extremamente limitadas, era crescente o temor de que a oferta de hélio não pudesse ser mantida a médio e longo prazos.

O hélio é essencial para várias tecnologias, como os escâneres de ressonância magnética na medicina, energia nuclear, solda, dirigíveis, detecção de vazamentos industriais, em aparelhos científicos como os aceleradores de partículas do LHC e nos futuros reatores de fusão nuclear.

Hélio nos vulcões

Diveena Danabalan e uma equipe das universidades de Durham e Oxford, no Reino Unido, descobriram agora que os vulcões desempenham um papel importante na liberação do hélio que ocorre em quantidades-traço em rochas muito antigas, concentrando o gás em depósitos grandes o suficiente para serem explorados comercialmente.

"Demonstramos que os vulcões na fenda desempenham um papel importante na formação de reservas de hélio viáveis. A atividade vulcânica provavelmente fornece o calor necessário para liberar o hélio acumulado em rochas da crosta terrestre antigas, mas a localização precisa ser exata: se o ponto de captura do gás estiver localizado muito perto de um determinado vulcão, há o risco de que o hélio seja fortemente diluído por gases vulcânicos, como o dióxido de carbono," explicou Diveena Danabalan.

Neste caso, não seria comercialmente viável explorá-lo.

"Nós estamos agora trabalhando para identificar a 'zona cachinhos dourados' entre a antiga crosta e os vulcões modernos, onde o equilíbrio entre a liberação do hélio e a diluição vulcânica seja exatamente a correta," acrescentou Danabalan.

Consumo mundial de hélio

Os primeiros cálculos da nova reserva encontrada na Tanzânia indicam a presença de 1,53 bilhão de metros cúbicos de hélio, o equivalente a 600.000 piscinas olímpicas cheias do gás, ou 7 vezes o consumo anual mundial de hélio.

As estimativas indicam que, com a taxa de consumo de hélio atual, as reservas conhecidas até agora poderiam se esgotar até 2040.

"Agora que entendemos as técnicas, prevemos mais grandes descobertas de hélio. Isso vai ajudar a salvaguardar as futuras necessidades de hélio da sociedade," disse o professor Chris Ballentine, membro da equipe.

Bibliografia:

Artigo: New High-Grade Helium Discoveries in Tanzania
Autores: Diveena Danabalan, John G. Gluyas, C. G. MacPherson, T. H. Abraham-James, J. J. Bluett, P. H. Barry, Chris J. Ballentine
Revista: Goldschmidt Conference 2016 Proceedings
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