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Espaço

Tudo pronto para missão que tentará desviar asteroide

Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/09/2022

Missão da NASA para desviar asteroide
A nave terá que voar por conta própria e fazer sua própria navegação para não errar o alvo.
[Imagem: NASA/Johns Hopkins-APL/Steve Gribben]

Defesa planetária

A NASA anunciou que está tudo pronto para o primeiro teste de uma tecnologia de defesa planetária contra asteroides perigosos que possam atingir a Terra.

Se tudo continuar correndo como planejado, no início da noite da próxima segunda-feira (26), a sonda espacial DART - sigla em inglês para Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo - deverá se chocar frontalmente contra um asteroide.

A missão consiste em um impactador cinético, uma espécie de projétil de 570 kg, para alterar o movimento de um dos membros do asteroide binário Didymos. Enquanto o corpo primário, chamado Didymos A, tem aproximadamente 780 metros de diâmetro, o corpo secundário (Didymos B, ou Dimorphos, uma espécie de minilua) tem cerca de 160 metros de diâmetro, que é o tamanho mais típico dos asteroides que poderiam representar uma ameaça significativa para a Terra.

O par, contudo, não representa qualquer risco para a Terra - ambos estão a 11 milhões de quilômetros de distância -, por isso é um alvo seguro para testar a tecnologia, que visa desviar o asteroide de sua rota.

Se der certo, satélites similares poderão ficar em órbita da Terra, da Lua, ou mesmo no ponto de equilíbrio gravitacional entre ambas, esperando algum asteroide que decida mirar diretamente em nosso planeta. Esse satélite de defesa seria então acionado e usaria o mecanismo de impacto para desviar o asteroide para que ele passe por nós de modo seguro.

Missão da NASA para desviar asteroide
Simulação da rota de impacto da missão.
[Imagem: NASA/Johns Hopkins APL]

Acertando o alvo

Embora a sonda DART tenha uma câmera a bordo, que mostrará imagens da aproximação, a espaçonave inteira será obviamente destruída no impacto - ela estará a uma velocidade de 6,1 quilômetros por segundo ao se chocar.

Para monitorar o resultado do impacto, será usado um pequeno satélite de monitoramento, chamado LICIACube, construído pela Agência Espacial Italiana. O LICIACube foi lançado junto com a DART, e se separou dela no último dia 11 de setembro.

O nanossatélite ficará assistindo tudo a uma distância de 55 quilômetros da zona de impacto, usando duas câmeras para capturar imagens e registrar os dados do impacto, da cratera resultante e, eventualmente, da pluma de poeira que se eleve da zona de choque - alguns cientistas apostam que a DART poderá fazer um estrago maior do que se espera no asteroide.

A NASA considera que a demonstração da tecnologia será um sucesso se o impacto alterar a órbita de Dimorphos em pelo menos 73 segundos, mais ou menos 10%.

Além das imagens do LICIACube, a Agência Espacial Europeia (ESA) enviará em 2024 uma outra sonda espacial para Dimorphos, com o objetivo de investigar em detalhes as consequências do impacto da sonda DART.

Missão da NASA para desviar asteroide
Quando a missão Hera, da Agência Espacial Europeia, chegar a Dimorphos, ela poderá encontrar uma cratera bem maior do que a esperada.
[Imagem: ESA]

Errar o alvo?

Embora ninguém conte com isso, é claro que existe a possibilidade de que a DART erre o alvo e passe reto.

Para evitar isso, ela precisará identificar autonomamente o asteroide lunar e, em seguida, ajustar sua trajetória para se manter no alvo. "[A DART] não será capaz de distinguir entre Didymos e Dimorphos até a última hora da missão," disse Nancy Chalbot, uma das coordenadoras da missão.

Nesse momento, a espaçonave estará longe demais da Terra para que qualquer sinal de ajuste de curso possa ser enviado. Em vez disso, a DART terá que tirar fotos continuamente dos asteroides e, em seguida, usar algoritmos a bordo para interpretar essas imagens e fazer os ajustes de curso necessários para garantir a interceptação.

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