Logotipo do Site Inovação Tecnológica





Meio ambiente

Diamantes formam-se nas profundezas, mas como eles chegam à superfície?

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/07/2023

Nova teoria tenta explicar como diamantes chegam à superfície da Terra
Os diamantes formaram-se há centenas de milhões de anos, mas só chegaram à superfície "recentemente" em termos geológicos.
[Imagem: Thomas M. Gernon/Gary Hincks]

Onde os diamantes se formam

Os diamantes são formados sob condições de altíssimas pressão e temperatura, o que só acontece na Terra nas profundezas do manto.

Mas como é então que eles chegam à superfície, onde são minerados?

Esta é uma discussão de séculos na geologia, e Thomas Gernon e uma equipe internacional acreditam agora ter uma teoria para responder a essa questão com mais propriedade.

Os diamantes são normalmente encontrados em um tipo de rocha vulcânica conhecida como kimberlito. Kimberlitos são encontrados nas partes mais antigas, espessas e fortes dos continentes, sendo sua maior ocorrência na África do Sul, lar da corrida dos diamantes no final do século XIX.

De fato, os diamantes são todos muito antigos, datados de centenas de milhões até bilhões de anos. Então, o que faz com que eles de repente venham à superfície permanece um mistério.

Nova teoria tenta explicar como diamantes chegam à superfície da Terra
Diagrama descrevendo o modelo criado pelos cientistas para a ascensão dos diamantes à superfície.
[Imagem: Thomas M. Gernon et al. - 10.1038/s41586-023-06193-3]

Como os diamantes sobem à superfície

Depois de fazer uma análise estatística, incluindo aprendizado de máquina, para examinar a ligação entre a separação continental e o vulcanismo kimberlítico, Gernon e seus colegas propõem que as rochas kimberlíticas são impulsionadas para cima pelo rompimento das placas tectônicas.

Os resultados mostraram que as erupções da maioria dos vulcões de kimberlito ocorreram 20 a 30 milhões de anos após a ruptura tectônica dos continentes da Terra.

"O padrão das erupções de diamantes é cíclico, imitando o ritmo dos supercontinentes, que se juntam e se desfazem em um padrão repetido ao longo do tempo. Mas, anteriormente, não sabíamos qual processo causava a erupção repentina dos diamantes, tendo passado milhões - ou bilhões - de anos escondidos 150 quilômetros abaixo da superfície da Terra," disse Gernon, da Universidade de Southampton, no Reino Unido.

"Usando análise geoespacial, descobrimos que as erupções de kimberlito tendem a migrar gradualmente das bordas continentais para o interior ao longo do tempo a taxas consistentes em todos os continentes," acrescentou sua colega Thea Hincks.

Nova teoria tenta explicar como diamantes chegam à superfície da Terra
Mapa-múndi das ocorrências conhecidas de kimberlitos.
[Imagem: Thomas M. Gernon et al. - 10.1038/s41586-023-06193-3]

Processos geológicos

Os resultados estatísticos levaram os cientistas a explorar qual processo geológico poderia levar a esse padrão. Eles desenvolveram um modelo que mostra que o manto da Terra - a camada de convecção entre a crosta e o núcleo - é "quebrado" pelo rompimento (ou alongamento) da crosta, mesmo a milhares de quilômetros de distância.

"Descobrimos que um efeito dominó pode explicar como a ruptura continental leva à formação de magma kimberlítico. Durante o fraturamento, um pequeno pedaço da raiz continental é quebrada e afunda no manto abaixo, desencadeando uma cadeia de padrões de fluxo similares abaixo do continente próximo," detalhou Stephen Jones, da Universidade de Birmingham.

As taxas de migração típicas estimadas pelos modelos computadorizados correspondem bem aos registros de kimberlitos conhecidos.

E não será difícil verificar se os modelos desenvolvidos pela equipe correspondem à realidade porque eles podem ser usados para identificar locais mais prováveis de erupções ligadas a esse processo, oferecendo informações que poderão permitir a descoberta de novos depósitos de diamantes.

Bibliografia:

Artigo: Rift-induced disruption of cratonic keels drives kimberlite volcanism
Autores: Thomas M. Gernon, Stephen M. Jones, Sascha Brune, Thea K. Hincks, Martin R. Palmer, John C. Schumacher, Rebecca M. Primiceri, Matthew Field, William L. Griffin, Suzanne Y. O’Reilly, Derek Keir, Christopher J. Spencer, Andrew S. Merdith, Anne Glerum
Revista: Nature
DOI: 10.1038/s41586-023-06193-3
Seguir Site Inovação Tecnológica no Google Notícias





Outras notícias sobre:
  • Diamantes
  • Mineração
  • Monitoramento Ambiental
  • Vidros

Mais tópicos