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Meio ambiente

Ser ou não uma nanopartícula, eis a questão

Agência Fapesp - 14/09/2009

Ser ou não uma nanopartícula, eis a questão
Pesquisadores defendem revisão do conceito de nanopartícula para levar em conta propriedades e não apenas tamanho.
[Imagem: Wikimedia/Nandiyanto]

O que é uma nanopartícula?

As mesmas propriedades das nanopartículas que as tornam tão valiosas ao setor industrial podem, como indicam diversos cientistas, prejudicar o meio ambiente e a saúde humana.

Mas pouco se sabe a respeito de quais partículas poderiam ser de fato danosas. Parte do problema tem a ver com a definição: o que exatamente é uma nanopartícula?

Um novo estudo feito por um grupo internacional de pesquisadores ligados ao Centro de Implicações Ambientais da Nanotecnologia (Ceint, na sigla em inglês), sediado na Universidade Duke, nos Estados Unidos, defende uma nova abordagem na maneira como as nanopartículas são selecionadas.

Os cientistas analisaram impactos potenciais à saúde e ao ambiente e verificaram que muitas das pequenas partículas chamadas de "nano" não poderiam ser enquadradas nesta categoria, por não contarem com propriedades especiais que as tornem diferentes do mesmo material em bruto.

A definição mais usada atualmente estipula que uma partícula é nano se o seu diâmetro estiver entre 1 e 100 nanômetros - 1 nanômetro equivale a 1 bilionésimo de metro.

Propriedades das nanopartículas

As propriedades especiais das nanopartículas derivam de sua elevada proporção entre área superficial e volume. Elas também têm uma porcentagem consideravelmente mais alta de átomos em sua superfície quando comparadas com partículas maiores, o que pode torná-las mais reativas.

Produzidas pelo homem, as nanopartículas têm sido empregadas em um grande número de produtos de consumo, como tintas, filtros solares, medicamentos e materiais esportivos.

Há vários anos as discussões sobre as nanopartículas tendem a considerá-las muito mais com relação ao seu tamanho do que às suas propriedades. Entretanto, os autores do estudo sugerem que a definição atual não é específica o suficiente.

Uma definição que se baseie em propriedades, apontam, é fundamental para ajudar os cientistas a determinar exatamente quais nanopartículas são as mais propensas a representar riscos à saúde humana e ao meio ambiente.

Menores dentre as menores

Segundo Mark Wiesner, professor da Universidade Duke e um dos autores do estudo, são as partículas menores (com até 30 nanômetros) que devem receber a maior atenção no estudo do impacto do uso de nanomateriais.

Partículas maiores teriam menos propriedades especiais do que as menores.

"Muitas nanopartículas com menos de 30 nanômetros passam por alterações drásticas em suas estruturas cristalinas que ampliam a forma com que os átomos em sua superfície interagem com o ambiente", disse.

"Como há um número infinito de nanopartículas que podem ser produzidas pelo homem, temos que descobrir uma maneira de restringir nossos esforços naquelas que têm maiores chances de contar com determinadas propriedades e potenciais efeitos", destacou.

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