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Mecânica

Pneus com nanotecnologia diminuem consumo de combustível

Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/12/2009

Pneus com nanotecnologia diminuem consumo de combustível
As nanopartículas, com cerca de 50 nanômetros de diâmetro, permitem uma conexão mais precisa entre os diversos elementos que entram na composição dos pneus, sobretudo a sílica e os silanos.
[Imagem: Lanxess]

Quando se fala em economia de combustível, é natural que o consumidor lembre-se do motor do carro - de fato, os carros de mil cilindradas tornaram-se famosos e ganharam grandes fatias de mercado justamente pelos motores menores e, por decorrência, mais econômicos.

Mas quase ninguém se lembra dos pneus. Só que o atrito dos pneus contra o asfalto é um dos elementos fundamentais na determinação da economia de um veículo, sendo responsável por até 20% do consumo de combustível do carro.

Triângulo mágico

E será que é possível tornar os pneus mais eficientes?

A indústria tem tentado e, embora propostas para a fabricação de pneus mais "verdes" incluam até o uso da celulose, o fato é que os engenheiros têm estado em uma sinuca pelo chamado "triângulo mágico da tecnologia dos pneus": a diminuição do atrito do pneu com o solo sempre se dá à custa de uma ou das duas outras arestas do triângulo, a aderência e a durabilidade.

Mas novas pesquisas parecem estar rompendo com a rigidez desse triângulo, que se baseia nas propriedades dos materiais usados na fabricação dos pneus.

Os primeiros testes indicam que os novos pneus podem garantir um ganho adicional de até 1 quilômetro por litro de combustível.

Sílica precipitada

O primeiro desafio ao "triângulo mágico" veio com a adição da sílica em substituição ao negro de fumo.

A adição da sílica precipitada permitiu uma diminuição na resistência à rolagem de até 30%, uma inovação lançada pela empresa francesa Michelin, ainda que à custa de uma perda na resistência à abrasão.

Hoje, mais de 20 anos depois, a indústria mundial de pneus já utiliza quase 500.000 toneladas anuais de sílica precipitada.

Além da sílica, que funciona como "carga", ou material de preenchimento, um pneu contém ainda óleos e outros aditivos, incorporados em uma matriz de borracha de polibudatieno e estireno-butadieno. Todos esses componentes são interconectados por colantes, os organossilanos, e agregados por meio de pressão mecânica e por um processo chamado vulcanização.

Pneus com nanotecnologia

Com a nanotecnologia, os engenheiros descobriram que materiais manipulados em nanoescala podem ajudar a criar uma nova geração de pneus "verdes" que propiciarão economia de combustível sem sacrificar a segurança e a durabilidade.

Os novos materiais, que estão sendo testados para uso na fabricação de uma nova geração de pneus mais "verdes", incluem um nanogel - um gel contendo nanopartículas - que aumenta a resistência à abrasão, a aderência e a durabilidade dos pneus.

As nanopartículas, com cerca de 50 nanômetros de diâmetro, permitem uma conexão mais precisa entre os diversos elementos que entram na composição dos pneus, sobretudo a sílica e os silanos.

E, para enfrentar o eterno problema dos pneus mal calibrados - uma das grandes fontes de consumo excessivo de combustível pelos carros - os engenheiros estão desenvolvendo uma nova resina capaz de manter o ar no interior dos pneus por mais tempo.

Maldição do triângulo

A nanotecnologia, com a sua capacidade de lidar com partículas cada vez menores, está permitindo ainda que os fabricantes otimizem a deposição da sílica, obtendo ganhos sem precisar alterar radicalmente os processos produtivos.

Já os novos nanomateriais são uma novidade total para a indústria. Eles ainda estão sendo testados por alguns fabricantes e é cedo para afirmar se passarão nos testes da maldição do "triângulo mágico" quando enfrentarem os testes definitivos das estradas.

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