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Meio ambiente

Rede de sensores mapeia raios em 3D

Com informações da Agência USP - 09/12/2011

Rede de sensores mapeia raios em 3D
O site do projeto é atualizado a cada seis minutos, mostrando a ocorrência dos raios na área abrangida pelos sensores.
[Imagem: Ag.USP]

Raios em 3D

Pesquisadores do projeto Chuva estão começando a compilar mapas em 3D dos raios que caem no Brasil.

Uma rede de sensores de detecção de raios já está monitorando desde outubro as descargas atmosféricas em uma área de 150 quilômetros (km) a partir da cidade de São Paulo, o que inclui toda a região metropolitana e o Vale do Paraíba.

Os sensores utilizados nas medições vêm de diversas agências espaciais (inclusive a NASA, dos EUA, e a DLR, da Alemanha) e ficam no Brasil até junho de 2012.

As medições dos raios são feitas em tempo real - as características coletadas são a latitude, a longitude e a altitude das descargas elétricas.

Dependendo do sistema utilizado para a medição, ainda é possível determinar a corrente elétrica de cada raio.

Com a integração destes sensores é possível emitir alertas de tempo e, em conjunto com as observações de um radar meteorológico, pode-se realizar previsões de curtíssimo prazo.

Previsão de tempo

Para que a previsão do tempo em curtíssimo prazo (com até duas horas de antecedência) seja possível, são necessários os dados coletados por essa rede de sensores, que agora mapeiam os raios e seu deslocamento.

"Integrá-los às medidas de radar e satélite meteorológico vai tornar possível entender como funcionam os raios no Brasil. A previsão de raios ainda não é possível, e nós estamos desenvolvendo o conceito e não fazendo a previsão, mas por fazermos medição em tempo real, conseguimos ver o seu deslocamento.

"Dessa forma, pode-se alertar a população sobre os riscos de descargas em uma determinada área. E os raios matam mesmo, essas são medidas que podem salvar vidas", explica Carlos Augusto Morales, professor da USP e um dos responsáveis pelo projeto.

O professor explica que há parceria com órgãos públicos (como prefeituras e defesa civil) para que os dados sejam melhor compreendidos e, dessa forma, utilizados da maneira mais adequada às suas realidades.

Os dados coletados pelo conjunto de sensores são públicos e estão disponíveis no endereço http://sigma.cptec.inpe.br/sosvale/. A coleta iniciou sua operação nessa época do ano para, propositalmente, abranger o verão, época que registra grande número de tempestades no País.

Antes e durante a chuva

Morales explica que as previsões do tempo podem ser feitas por intermédio de radares que detectam as nuvens que já estão chovendo ou por meio de radares de nuvem (que só observam a localização das nuvens e não a chuva).

Nesses sistemas, a previsão pode ser feita com no máximo duas horas de antecedência, mas só depois do início da chuva.

"A previsão do tempo não consegue captar a chuva. Com esses modelos que estamos desenvolvendo, chuva e raios são convertidos em informação que a previsão do tempo consegue entender. Com isso, vamos poder monitorar o Brasil inteiro e melhorar as previsões", acredita ele.

Segundo o professor, esses são modelos que ainda precisam ser testados, pois ainda não foram operacionalizados, sendo utilizados somente para pesquisa.

Em breve, o GPM contará com 8 satélites para medir as precipitações sobre o Brasil, que monitoram áreas de 25km2 a cada 3 horas. De acordo com o programa o GPM-Brasil, o lançamento do primeiro satélite meteorológico brasileiro deve ocorrer em 2015.

Projeto Chuva

O projeto Chuva é uma resposta ao projeto Global Precipitation Measurement (GPM-Brasil), da Agência Espacial Brasileira, cujo objetivo é validar a precipitação em todo o globo e lançar o primeiro satélite meteorológico brasileiro.

O projeto é coordenado por pesquisadores da USP, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Centro Técnico Aeroespacial (CTA).

Segundo Morales, há pessoas das mais diversas instituições envolvidas, já que é a primeira vez que a análise em 3D dos raios é feita no Brasil.

"Queremos ver se o sistema fica no País por mais um tempo, para que possam ser feitas medições em outros lugares", diz ele.

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