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Robótica

Vem aí o <i>Robo habilis</i>: cérebro artificial já controla mão e braço robóticos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/07/2008

Vem aí o Robo habilis: cérebro artificial já controla mão e braço robóticos

[Imagem: Cordis]

Os mesmos pesquisadores europeus que anunciaram, no ano passado, terem construído um cerebelo artificial, agora deram mais um passo rumo ao que eles já chamam de Robot Habilis, um robô que seja formado por partes realmente capazes de imitar as funcionalidades do corpo humano.

Robôs com sensibilidade e inteligência

O objetivo dos pesquisadores é construir um cérebro robótico capaz de controlar um braço e uma mão também robóticos, inclusive com capacidades cognitivas. Os robôs industriais, que consistem basicamente em um braço e uma mão, ainda que nada parecidos com membros humanos, são bons em executar tarefas repetitivas e precisas. Mas "eles não são muito inteligentes ou flexíveis e eles não possuem nenhuma sensação," diz o coordenador do projeto Sensopac, Patrick van der Smagt.

A equipe de roboticistas e neurocientistas chefiada pelo Dr. Patrick se propõe a resolver todas essas deficiências, construindo um robô que seja inteligente, flexível e sensível. Para isso eles estão adotando um enfoque baseado na biomimética, que é a imitação do que a natureza fez ao longo de milhões de anos de evolução. Neste caso, os cientistas estão procurando transpor para os robôs o modelo do cérebro e dos membros do corpo humano.

Pele artificial

Depois de dois anos e meio de pesquisas e €6,5 milhões de investimentos, os pesquisadores agora apresentaram a primeira versão do seu braço robótico, dotado de uma mão sensível e ágil, controlados por um programa de computador inspirado no cerebelo humano.

Para imitar a sensibilidade da pele humana, os pesquisadores desenvolveram um material fino e flexível que tem em seu interior uma forma de carbono cuja resistência elétrica altera-se com a pressão à qual o material está submetido. Isso permite que os cientistas disponham de informações de um sensor que está espalhado por toda a pele, sem a necessidade de uma infinidade de fios para transmitir sinais de sensores individuais.

"Nós logo poderemos integrar centenas de elementos detectores e capturar a informação em apenas cinco fios," diz Patrick. "E nós podemos distinguir entre formato [dos objetos], a intensidade de força e a direção da força."

Braço robótico

O braço robótico é controlado por 58 motores montados em pares opostos, acoplados a molas não-lineares. A mão robótica tem o mesmo sistema de acionamento, contando com 38 motores. O conjunto atinge uma precisão que o permite pegar um ovo sem quebrá-lo e até mesmo estalar os dedos.

Só a capacidade mecânica, contudo, não é nada sem um nível de inteligência suficiente para controlá-la. A inteligência do braço e da mão robóticos ainda ocupa todo um computador, mas os cientistas acreditam que, até o final do projeto, terão toda essa capacidade de aprendizado embutida em um único chip. Os próximos seis meses serão dedicados a testar a capacidade de aprendizado do cerebelo artificial no controle do novo equipamento.

A natureza está bem à frente

Apesar do entusiasmo com os resultados, os pesquisadores se esmeram em ressaltar que os robôs reais ainda estão muito distantes de qualquer coisa comparável ao C-3PO ou ao WALL-E do cinema. "Hollywood fez um mau serviço para nós," diz Patrick, salientando que é muito difícil construir robôs com habilidades humanas, mesmo as mais básicas.

"Isto nos faz ter consciência de que nós continuamos a anos-luz de distância de alcançar o que a biologia já conseguiu. Nós definitivamente ainda não estamos lá, mas estamos chegando mais perto," conclui Patrick.

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