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Tempestades de Júpiter decifradas por foto em infravermelho

Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/05/2020

Tempestades de Júpiter decifradas por foto em infravermelho
Esta imagem mostra o disco inteiro de Júpiter visto em luz infravermelha (4,7 micrômetros).
[Imagem: Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA M.H. Won]

Imagem sortuda

Astrônomos criaram uma nova imagem de Júpiter que mostra as regiões de calor que se encontram sob as gigantescas nuvens de gás do planeta.

Os astrônomos usaram uma técnica de alta resolução usada em astronomia chamada "imagem sortuda" (lucky imaging), que envolve a geração e a combinação de imagens obtidas de várias exposições ultrarrápidas, minimizando os efeitos de turbulências na atmosfera na composição de uma única imagem final. Ou seja, não é uma foto única, mas um mosaico de fotos.

As imagens foram captadas com o Telescópio Gemini Norte, localizado no Havaí.

O infravermelho, que tem um comprimento de onda maior que a luz visível, permite ver além da neblina e das nuvens no topo da atmosfera de Júpiter.

Quando combinadas com as observações de Hubble e da sonda Juno - ela própria já tendo nos revelado um Júpiter totalmente diferente -, as imagens de calor revelam que os raios, e alguns dos maiores sistemas de tempestades que os criam, são formados dentro e ao redor de grandes células convectivas sobre nuvens profundas compostas por gelo e água líquida.

Tempestades de Júpiter decifradas por foto em infravermelho
As imagens da sonda Juno, do telescópio Gemini e do Hubble estão permitindo entender as tempestades que só podem ser vistas de cima.
[Imagem: ESA/M.H. Wong/A. James/M.W. Carruthers]

Perfil das tempestades de Júpiter

As novas observações também confirmam que manchas escuras na famosa grande mancha vermelha são na verdade lacunas na cobertura de nuvens, e não devido a variações de cores das nuvens.

E detectar os raios é crucial para entender a atmosfera de Júpiter.

"Os cientistas rastreiam os raios porque eles são um indicador da convecção, o turbulento processo de mistura que transporta o calor interno de Júpiter até os topos das nuvens visíveis. A maior concentração de raios vista por Juno veio de uma tempestade chamada 'ciclone filamentoso'," explicou Michael Wong, da Universidade da Califórnia em Berkeley.

As imagens do telescópio terrestre Gemini e do espacial Hubble mostram detalhes do ciclone, revelando que é uma coleção distorcida de nuvens convectivas altas, com lacunas profundas, oferecendo vislumbres para as nuvens de água bem abaixo.

"Estudos em andamento sobre as fontes dos raios nos ajudarão a entender se a convecção em Júpiter é diferente ou semelhante à convecção na atmosfera da Terra," disse Wong.

Bibliografia:

Artigo: High-resolution UV/Optical/IR Imaging of Jupiter in 2016-2019
Autores: Michael H. Wong, Amy A. Simon, Joshua W. Tollefson, Imke de Pater, Megan N. Barnett, Andrew I. Hsu, Andrew W. Stephens, Glenn S. Orton, Scott W. Fleming, Charles Goullaud, William Januszewski, Anthony Roman, Gordon L. Bjoraker, Sushil K. Atreya, Alberto Adriani, Leigh N. Fletcher
Revista: The Astrophysical Journal
Vol.: 247, Number 2
DOI: 10.3847/1538-4365/ab775f
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